HALLOWEEN. Palavrão anglo-saxónico que pretende identificar como
Dias das Bruxas um costume Americano herdado do irlandês, com lugar marcado a
31 de Outubro de cada ano, véspera de finados. É a noite em que se supõe ter
sido concedida autorização aos espíritos dos defuntos para fazerem um
derradeiro passeio antes da entrada do inverno.
As crianças celebram esta passagem vestindo trajes de
fantasia e andando de porta em porta a pedinchar doces e rebuçados sob a futre
ameaça do trick or treat (partida ou
tratamento, que eu traduzo à portuguesa por tricas ou tretas).
É um mau período para as abóboras que, depois daquela
onda do grupo Smashing Pumpkins
(Esmagando Abóboras), são esventradas do conteúdo, com a casca retalhada em
forma de carantonha para albergar velas acesas no seu interior – perversidade
para ser considerada numa futura Sociedade Protectora dos Vegetais.
HARRY
POTTER. Para se saber como actuam as
bruxas e feiticeiras, o melhor é mesmo passar os olhos pela leitura, ainda que
em diagonal, dos livros da série Harry
Potter, com autoria da escritora inglesa Joanne Rowling. Presume-se que não tenham o conteúdo e os efeitos
de uma obra mais técnica e emblemática, como é o Livro de S. Cipriano, mas
poderá auxiliar em pormenores mirabolantes, metafísicos e tão consistentes como
a maior parte das obras subsidiadas pelo Instituto do Cinema e Audiovisual.
Nessa obra fica-se a saber que se dá o nome de muggle àquele trouxa que não domina as
artes mágicas, e que um jogo de vassouras enfeitiçadas (as tais que substituem
os mais rápidos Falcon) se chama quidditch, e ainda que é um dementor o fantasma que tira a
felicidade a qualquer ser vivo (do tipo primeiro-ministro).
HORÁRIOS. Embora não se constituam como profissionais por conta
de outrem, nem consta que passem recidos verdes (como a maior parte de alguns
profissionais liberais), as bruxas não picam o ponto de entrada no serviço, mas
regem-se por um calendário muito próprio, do qual não conseguem escapar com um
banal atestado médico.
Sendo assim, logo que soem as duas horas da madrugada
do turno nocturno, perdem os poderes do malefício e os benefícios daquele.
Pela meia-noite reúnem-se numa casa com os cabelos
untados de azeite. Por vezes, assim maquilhadas, viajam até Sevilha depois de
dizerem a senha – por cima de silvas e
por baixo de giestas. Não sei explicar o que esta patacoada quer dizer, mas
sei que elas, nessa altura, para se livrarem dos maridos e não os acordarem,
benzem os coitados desta guisa: “eu te
benzo meu belzebu,com a fralda do meu cu; enquanto eu não vier, não acordes tu”.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.