Já vários amigos meus e companheiros da blogosfera têm incentivado a continuidade e a sequente finalização da BD "A Rainha Africana" (no original da película THE AFRICAN QUEEN), que aqui trouxe em postagem de 10 de Julho do ano corrente.
É certo que comecei a fazer este trabalho sem pretensões especiais de publicação, porquanto uma grande dúvida se prende com o facto de a mesma estar imbuída de uma característica de pastiche ou decalque através dos fotogramas do filme. É certo que se trata do desenho baseado na fotografia de instantâneos (sequência dos fotogramas que animam o cinema), nem sempre representando os pormenores acessórios dos fotogramas e permitindo-me a liberdade dos desenhos, como será fácil cotejar com uns e outros.
Não recorri à técnica de colorir as imagens dos fotogramas ou de as transformar em desenhos a colorir (coisa que também não sei fazer, embora haja ferramentas digitais para isso), mas antes desenhei a preto os pormenores principais para os colorir depois; ou seja, desenhei cada um dos fotogramas no enquadramento semelhante à imagem que passa na tela (como se pode ver a seguir).
Se pretendesse publicar e distribuir este trabalho, teria de ser esclarecido sobre alguns pormenores, nem todos dependentes do meu arbítrio, e que são:
1º- Até que ponto estou autorizado a transpor para desenho uma obra alheia (de um estúdio, de uma realização,etc.)?
2º- Mesmo sendo o texto da minha autoria, sem consulta do guião original, quase todo em didascália, não é baseado num argumento escrito?
3º- Sendo esta minha ideia uma forma de resumir o filme, à guisa de sinopse escrita e desenhada, não é ela sujeita aos códigos deontológicos e legais de autoria?
4º- Mesmo que as imagens não correspondessem aos fotogramas, não seriam tomadas, mesmo assim, como decalque de uma obra já executada, ainda que esta tivesse outra forma de exibição pública?
Poderei concluir o trabalho, para meu deleite, uma vez que sou fã deste filme e dos seus dois principais protagonistas. Nesse caso, estarei livre para o fazer, dando por barato divulgá-lo por esta forma e estar ciente de que o faço sem ferir quaisquer das questões colocadas acima, dado que as imagens a exigir são as do anterior post e deste, mais nada.
Como já tive oportunidade de dizer ao meu amigo Luiz Beira (blog BDBD), não piso a linha vermelha dos direitos autorais de ninguém, ao mesmo tempo que tenho a liberdade de dispor dos meus para terceiros, graciosamente, por opção própria. É certo que esta obra é toda executada, de fio a pavio, por mim, mas não é a base da minha autoria (é como se eu estivesse a cozer um pão no forno com massa, água e fermento de outrem).
Finalmente, a somar a todas as dúvidas legais retro explanadas, há ainda uma interrogação que me coloco:
§ respeitar os fotogramas no seu enquadramento, dando-lhe o aspecto da película no écran, ou partir os enquadramentos para lhes colocar os diálogos?
É esta justificação que trago à barra: quid juris?