domingo, 26 de abril de 2015

NO ARQUIVO HÁ 35 ANOS



De vez em quando vou abrindo as caixas que tenho em arquivo, umas com textos, outras com desenhos diversos, à procura de trabalhos que já não me lembro de  ter realizado. É um exercício de memória, alguma nostalgia de anos passados e o arejar do papel, que também é necessário.
Foi assim que deparei com estas quatro pranchas - três coloridas e uma só com o lápis - de uma BD que está datada de 1980 (35 anos), naturalmente sem fim e sem que me tenha ficado na memória a trama, os diálogos ou sequer a sequência das cenas que ficaram desenhadas; isto porque não deixei apontamentos ou sinopse.


Algumas coisas ficaram na memória: uma delas é que toda a trama se desenvolvia em África, numa região de grande turbulência militar; a outra é que a obra não era para publicar.
Nessa altura estava disposto a fazer o trabalho para um exemplar único, que deixaria como se fosse um quadro irrepetível, tanto mais que as técnicas e os materiais utilizados eram incipientes. Desenhei a lápis directamente nas folhas, colori por cima do lápis e passei finalmente a tinta da china com canetas de aparo, tudo isto em papel muito bom, A3 dobrado ao meio, de forma a fazer cadernos que mais facilmente se encadernariam. As pranchas previstas para um livro de grande formato eram desenhadas, assim, na frente e verso da mesma folha.
Cheguei à página 4 e parei; esta ficou a lápis e a última vinheta não chegou a nascer. Alguma tarefa se meteu de permeio e larguei o assunto.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

AINDA O SUPORTE DO DESENHO



Ultimamente, tenho por hábito a utilização de folhas A4 de papel IOR de 80 gramas para iniciar os meus trabalhos, como é o caso destas duas páginas acima. Faço os desenhos e coloco os textos em folhas de papel que recorto e colo, para posteriormente os "limpar" (os textos, claro),  no programa que uso para repor esses mesmos textos digitalmente, então já com o espaço do encaixe definido.
De início, optava pelos formatos grandes, designadamente o A3 e em papel encorpado, mas o facto de pretender acabar a obra através do computador, tive de me limitar ao tamanho do scanner, que não aceita, numa só varredura, aquele formato maior.
Como gosto muito de desenhar automóveis, principalmente os mais antigos, escolhi estas duas imagens. Trata-se da página 126 e 129 de uma aventura não concluída e que, mais uma vez, aguarda melhores dias de pachorra para a acabar. Uma coisa é certa: não tenho pressa, porque não a proponho a editor algum, uma vez que, se a quiser publicar, o faço eu próprio.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

DESENHAR EM QUALQUER SUPORTE


O título podia ser "Desenhar em qualquer suporte e com qualquer tipo de ferramenta", mas também podia ser "Os esquiços que não passaram à arte final".
Isto por quê?
Precisamente porque desenhei num álbum virgem destinado a fotografias, daqueles álbuns que os fotógrafos têm à venda, com papel muito grosso, capaz de permitir os traços fundos e repetidos de uma esferográfica e não ser ver nada do outro lado. O formato é inferior ao A3 mas é superior ao A4, pelo que tive de passar duas vezes no "scanner" a mesma prancha para se ver a página inteira.


Não conclui o trabalho, mesmo sendo ele uma preparação para passar à arte final. Tratava-se de uma história que girava à volta de um jovem do PC nos tempos de Salazar e intitulava-se (o pretérito empregue no termo é evidência da desistência) precisamente "O Revolucionário".
É natural que um dia destes, dando-me a pachorra para a tarefa, o concluo, pois a historieta tenho-a na cabeça, sem qualquer apontamento base - ou seja, não se encontra nada escrito.
Fi-lo neste suporte de álbum de fotografias porque já se encontrava encadernado, as folhas não se perdem pelos cantos e sempre se lê e fica para ler pelas gerações enquanto não o mandarem para a reciclagem.


Nestas duas pranchas encontra-se parte da cena em que o rapaz "namora" com a filha do fazendeiro que o escondeu da PVDE e que, depois de lhe desvirginar a filha, se vê a contas com o homem.
Outra meia prancha mostra um monumento de Lisboa - destinada ao meu Amigo Geraldes Lino, que aprecia o desenho de motivos nacionais como fundo - na altura em que os encontros de faziam às ocultas.


Enfim, uma esferográfica tem a agilidade da tinta oleada e escorrega muito bem neste tipo de papel. O negro nunca chega a ser negro (principalmente se a cor for azul como esta!), mas o tom de riscos deixa no álbum um agradável aspecto visual.
No caso, o álbum tem vinte folhas (para quarenta pranchas) e eu tenho metade completas.
Se me der na bolha, mostrarei mais...

sábado, 18 de abril de 2015

HÁ MUITO DESENHO PARA ALÉM DA BD

Estive algum tempo ausente deste blog - ausente no sentido de publicação, entenda-se - e regresso quando dei por finalizado um trabalho que me levou a atenção e o tempo. Parafraseando o anterior post, foi tempo de fazer e tempo de pouco lazer.
Foram feitos 172 desenhos, cada um relativo a uma lenda, todos a cores, para uma obra em formato A4, cartonada e encadernada, papel do melhor, sobre as LENDAS DO DISTRITO DA GUARDA.
Alguns dos desenhos desse trabalho são juntos a outros que tenho sobre LENDAS DE PORTUGAL e levo-os ao outro blog - lendas-portuguesas.blogspot.com - colocando-os em fundo escuro, com o título a branco, como se fossem publicações em livro individualizadas.
Não abandonei a BD, porque continuo com um trabalho que vem de longa data. Faço-o quando me canso de um e me apetece o outro.
Para quem não visita o outro blog, deixo algumas das "capas" forjadas com as ilustrações levadas ao trabalho sobredito e os textos adaptados, pois que as lendas que vou publicar têm todas o mesmo número de linhas e as gravuras são do mesmo tamanho. Relativamente ao número de linhas (e sensivelmente o mesmo número de caracteres) quero dizer que foi um exercício que me impus, pois sobre a lenda, que corre por tradição, está lá tudo.