segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O ATENTADO A SALAZAR


Já neste meu blog tinha referido o desejo de transformar e publicar alguns dos trabalhos que executei para o jornal "O Crime". Um deles é "O Atentado a Salazar", que agora trago com outros enquadramentos e, naturalmente, noutro formato. Embora respeitando, tanto quanto possível, a "ingenuidade" do traço original, o arranjo que lhe dei foi para inserir nos novos enquadramentos as imagens preparadas para outro tipo de forma. Como são minhas, fiz o que quis, segundo o meu gosto e engenho, como é habitual.
Não se procure esta edição nas bancas (e não só porque ainda não foi para o prelo, cujo projecto de capa vai acima), mas também porque é editado sob algumas cláusulas que eu proponho numa tiragem limitada: é para amigos e coleccionadores e, eventualmente, para alguns que gostem deste género de trabalhos.




sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS - PROJECTOS INCONCLUÍDOS E ABANDONADOS (3)


Já falei deste projecto neste mesmo blog, designadamente a forma como o encetei (primeiro, a esferográfica, depois a passagem a "limpo", o trabalho em computador, etc.), como experiência e deleite, uma vez que aprecio a obra de Jules Verne, maxime este título que agora aqui exponho.
Não tinha ainda chegado a um terço, decidi parar; melhor (ou pior) criei uma pausa para abraçar outras ideias e outros trabalhos, no sentido de recuperar a "brincadeira" que, talvez por isso, nunca tive o interesse de publicar em livro.
Trata-se de um desenho despretensioso, sem apoio iconográfico, ao correr da pena. Essa fragilidade, essa despreocupação entre os pormenores e traços, pode estar na causa do "abandono".



Estão reproduzidas as pranchas 23, 24, 25, 26 e 27.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

AUTO EDITOR, GRAÇAS A DEUS


Hoje deu-me para boa!...
Pegar nos Lusíadas e escolher esta estrofe 145 do Canto X e reescrevê-la com alterações de vocábulos.

Não mais, Musa, não mais, que a imaginação tenho
Destemperada e a mão entorpecida,
E não do trabalho, mas de ver que venho
Escrever a gente desinteressada e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá qualquer editora, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza.

Esta paráfrase adulterada ao talante de um autor cansado e desiludido, não me diz respeito no seu todo.
Primeiro: considero-me um autor prolixo (talvez, decompondo o termo, a arte seja pro-lixo), pelo que não consigo suster a imaginação que cria, cria, cria...
Segundo: apesar de escrever e desenhar para um mercado restrito, não me queixo.
Terceiro: não recorro a editores desde há algum tempo, a partir da data em que uma editora não deu resposta a um trabalho proposto. Foi uma vez, mas chateou-me. Até nem levaria a mal que a resposta fosse negativa, do género - "o programa editorial está preenchido" ou "não estamos interessados por não fazer parte da nossa linha editorial", mas nada! Nem um email a dizer "recebemos o original, vamos analisar" e depois silenciarem.
Para o raio que os parta! Vacinaram-me de tal maneira que, a bem dizer, não quero saber mais daquela ou de outra chancela para dar corpo à multifacetada criação. Não tenho a pachorra da autora do Harry Potter, que enviou o seu primeiro romance para oito editoras (oito) e valeu-lhe a persistência e a visão editorial da  Bloomsbury.
A propósito, quero dizer que enviei uma BD para uma editora espanhola. Estes  foram simpáticos, recusando o trabalho e agradecendo o ter-me lembrado de lho enviar. Curiosamente, esquecendo-se que já me tinham dado a resposta, meio ano depois veio a mesma, exactamente igual.
Também já me aconteceu um editor pedir-me um trabalho para um livro biográfico de uma personagem real do séc. XIX e, quando veio para receber o original, pôs tais condições sobre os direitos de autor que eu disse: "não vai ser editado, fico com ele para mim, nem que seja para servir de calço a uma cristaleira paralítica, que não tenho".
Publico eu e pronto. Escrevo, desenho, pagino, faço as capas, envio para as gráficas para imprimirem... só imprimirem; ou, quando não vejo saída para o "nascituro", arrumo-o num escano do arquivo e lá fica até me lembrar o que fazer para o trazer à luz.
Serve todo este arrazoado para dizer que tenho muitos originais - a maioria contos de diversos segmentos literários - arrumados, os quais, a par dos editados, vou periodicamente passando a livro de lombada grossa. Em todos eles há sempre um projecto de capa (adoro fazer capas).
É sobre estes que colo aqui dois exemplos, sendo que "Ódio Velho" saiu numa revista cor-de-rosa com a tiragem de 400.000 exemplares, com outra ilustração como é evidente.



O segundo exemplo é um conto, em texto, com base em algumas vinhetas da obra desenhada sobre "O Magriço".
Por isso, ao contrário do poema de Camões que adulterei, digo: mais, Musa, ainda mais...
Eu darei vazão à tua ajuda, Musa, de tal sorte que, em dias de muita pachorra, escrevo um conto completo ou desenho duas pranchas de banda desenhada. E não te importes com os editores, que eu também não.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

COLECÇÃO - OS MEUS POLICIÁRIOS


Há tempos, num email que enviei a um amigo, disse isto:
"As tiragens limitadas também têm esse intuito: disponibilizar poucos para não sobrarem muitos. E não dar lugar a segundas edições. Enzo Ferrari, quando tinha 500 compradores para os seus modelos desportivos, mandava fazer 499. Não vou assim tão longe, porque não abri assinaturas e pré-vendas, mas tenho os meus critérios editoriais". 
A colecção que estou a desenvolver e a publicar, reflecte essa linha - os livros são primordialmente para coleccionadores.
Esta edição é o início de uma série de "policiários", cuja capa e contracapa estão acima, tal qual enviei para a gráfica. Esta capa, com algumas alterações de pormenor e de cor, fazem parte de outro meu blog e foi baseada - quanto à figura da mulher - num desenho de um romance policial americano, uma espécie de pastiche. É claro que tanto a capa como a contracapa e os desenhos do interior têm a ver com o conteúdo.
Toda a sequência destas novelas policiais terão de comum três condições: a primeira é que têm 100 páginas cada uma; têm três ilustrações de página no miolo; o personagem principal não é um detective nem um advogado nem um polícia, mas sim um funcionário do Fisco (inspector tributário, nível 2) que é envolvido em encrencas e que, metediço como eu, gosta de seguir o fio até apanhar o novelo.
Os livros, se são considerados de bolso, não cabem em todos (à excepção dos de uma gabardina) pois têm a dimensão de 14x22 cm.
A leitura é rápida, trepidante quanto possível, com ingredientes necessários ao género. Este episódio, por exemplo, passa-se perto de Aubagne (a 17 km de Marselha-França), nas férias do funcionário. Obviamente não utilizo o truque de encher páginas com fait-divers, palha de centeio a esmo ou muita sangria de encher morcelas, bem como utilização exagerada de diálogos que aumentam o número de páginas com escassos caracteres e sem interesse para a "rodagem" do enredo.
Não se procure o livro nas livrarias, porque não vai estar lá. São, como disse, tiragens para coleccionadores, exemplo que já estou perseguindo em o almanaque trimestral O Bandarra (há leitores que, ao comprarem o número do 1º trimestre de 2017 requerem do livreiro o do 4º de 2016, mas este último já esgotou em alguns vendedores).
Este meu blog é uma montra onde exponho, porque cheguei à conclusão que a venda dos meus livros não deve ser feita directamente por mim, mas por terceiros (os livreiros), sem mais intermediários. Só compra quem quer e, como dizem os americanos "what you see, what you get".