segunda-feira, 19 de agosto de 2019

AQUILINO NO MUNDO DE AVENTURAS


Saiu um breve trecho de "O Malhadinhas", desenhado por mim, no Mundo de Aventuras nº 464 (de 2 de Setembro de 1982, com a numeração em capicua). Tive a colaboração de dois grandes da BD portuguesa: o saudoso Jorge Magalhães, como editor e coordenador da revista; o Augusto Trigo, como autor da excelente capa, baseada numa das vinhetas.
O episódio muito curto, com o título "À Coa!", expressão que o António Malhadas recomendou ao frade para espantar os lobos, tem apenas 4 pranchas e 27 vinhetas, mas o conteúdo é formado por diálogos magistralmente escritos por um dos maiores escritores portugueses, Mestre Aquilino Ribeiro.
Fiz uma breve pesquisa no Google e encontrei um exemplar à venda no Brasil, num portal de vendas online, cujo exemplar era disponibilizado por um vendedor de Minas Gerais.

sábado, 17 de agosto de 2019

AQUILINO RIBEIRO - UM ESCRITOR QUE SE CONFESSA

Este é daqueles trabalhos que repousavam para todo o sempre nos meus arquivos inacabados. Comecei-o já há uns bons anos e pretendia, com ele, fazer em BD a história da vida e obra de Aquilino Ribeiro. Baseei-me em fotografias, em bibliografia, em toda a obra do autor (que possuo) e particularmente no seu livro "Um Escritor Confessa-se". Contactei alguns amigos, um dos quais até privou com Aquilino, obtive indicações, comecei a fazer cerca de duas dezenas de páginas... E parei!
O que hoje exibo são páginas inacabadas de uma obra inacabada.
Esta prancha, por exemplo, é um episódio que o autor narrou sobre uma proposta que lhe foi feita...
Esta é sobre a sua juventude, em Viseu (a Porta dos Cavaleiros, na primeira vinheta)...
Esta é sobre o ilustrador e as ilustrações do seu livro "O Romance da Raposa", onde não coloquei legendas ou diálogos, uma vez que a considero inacabada...
Mais uma inacabada, onde reproduzo o escritor, no seu jardim, com a Esposa...
Outra, inacabada, com o retrato do Autor num jardim de Paris, ainda novo.

Pensarão os leitores deste blog: este tipo traz isto aqui para ver se alguém lhe "pega" no trabalho. Se assim for, pensam erradamente, porque este trabalho não é para prosseguir. Uma das razões é esta...
Na altura, estava a concluir em BD "O Malhadinhas"  (observam uma das duas centenas de pranchas a seguir reproduzida) e propus à Bertrand a sua publicação (não recebendo eu um único cêntimo) ou, em alternativa, que me conseguissem a autorização para eu o publicar, a expensas minhas. Não obtive resposta aos e-mails que tenho arquivados.

Pensei então: se o mero trabalho sobre uma obra do autor, sem custos ou uma autorização não obteve resposta, que diria se propusesse a biografia desenhada de Aquilino?
É coisa que me incomoda uma falta de resposta. Dá ideia de desprezo ou  desconsideração. Um "Não" é resposta, tão convincente quanto um "Sim" e mais justo que um "Talvez", que nem é carne, nem é peixe, nem coisa alguma. Pode-se não responder a uma carta, deve-se dar resposta a uma proposta. No meu caso particular, tenho sido por vezes brindado com ausências de respostas, o que não me deixa satisfeito e me faz permanecer intrigado.
Desisti de tudo. Hoje, nem gratuito nem a pagar. Também não se perde grande coisa. O que tenho é meu, saiu agora para me justificar. Igualmente não terei ensejo de concretizar publicar eu, porque suponho que a obra só cairá no domínio público em 2034.