Realmente o realismo desta história, tanto na planificação do argumento como no grafismo, é quase visceral, e calculo que não seria nada fácil, com cenas tão violentas, transplantá-la para o cinema, embora me lembre de que houve, nos alvores da nossa cinematografia, uns "Crimes de Diogo Alves", realizados já não sei por quem. Particularmente, acho a rudeza do traço e da caracterização de Santos Costa, com sóbrios contrastes de branco e negro, e a fluidez e o ritmo da sua narrativa, os melhores trunfos deste trabalho, que bem merecia ser publicado em álbum. Abraços do Jorge Magalhães
Houve dois filmes: um, de 1909, que foi realizado por Linbo Ferreira ( mas não o acabou) e por João Freire Correia (que o concluiu); outro, de 1911, dirigido por João Tavares. Na prancha 1 reproduzi um fotograma do último dos filmes. Estes trabalhos tinham de se apresentar, tanto quanto possível, completos e sem delongas de permanência, o que indicava que não seria bom para os leitores estarem semanas e semanas com a mesma "figura". Daí não estar com grandes descrições e pormenores, embora tivesse material para o fazer. Esta regra, que não me foi imposta, resultou numa dinâmica de tal ordem que percorri o corredor criminal português. Um dia que me der de pachorra, porei os títulos publicados. Quanto à eventual publicação em álbum, o formato é do tipo italiano, o que não daria muitas páginas, no máximo dois cadernos. Reduzindo para duas tiras por página (com 3,4 ou 5 vinhetas), como estou agora a fazer com o José do Telhado, o formato fica mais quadrado e o número de páginas aumenta, uma vez que, encaixando as vinhetas a par, sem as amputar, há que aumentá-las de tamanho ou colocar outras, intercalares, no seguimento da trama. Um outro trabalho que gostaria de publicar em álbum é aquele que fiz publicar, durante semanas, dedicado a Alves dos Reis, o falsário das notas de 500 escudos. Tive de desenhar os rostos de todos os envolvidos e, para o efeito, consultei muita bibliografia sobre o caso. Se soubesse que a BD tinha o mesmo êxito do meu livro de ficção de "O Padre Costa", que já vai na 4ª edição e, só num dos postos de venda, se conseguiu despachar 1.500 exemplares!... Ainda com a limitação, que eu escolhi, de ser vendido a nível local, em apenas três estabelecimentos, sem distribuição alguma, uma vez que não o submeti a editoras.
Gostei de ler a tua resposta ao nosso comum amigo Jorge Magalhães, e fiquei também interessado na hipótese de publicares num álbum formato oblongo "Os Crimes de Diogo Alves". Por que não propões isso ao Dr. Baptista Lopes?
Abraço,
P.S. - Desculpa, mas corrijo a tua gralha no nome do realizador Lino Ferreira, que grafaste Linbo Ferreira...
Agradeço-te a visita e a sugestão, bem como a correcção do apelido do realizador que, de facto,é Lino. Suponho que nunca me enganei quando das vezes que escrevi o teu apelido composto.
Estou a alterar alguns dos trabalhos que fiz para "O Crime". Estou presentemente - alternando com o Magriço e outros de texto - com o "José do Telhado", adaptando para aquele formato, mais propício a uma leitura menos rectangular e horizontal. "Os Crimes de Diogo Alves", "João Brandão", "O Regicídio", "O Atentado a Salazar" e o "Alves dos Reis", estão a seguir, não necessariamente por esta ordem.
Quanto ao Dr. Baptista Lopes, da Âncora (que não conheço pessoalmente), poderá não estar interessado, uma vez que a editora tem elaborado parcerias com instituições para os seus projectos editoriais. Estes álbuns são feitos a preto e branco, pois foi assim que, efectivamente, receberam publicação nas páginas do jornal. Deste modo, a ideia está ainda no limbo (não linbo, a tal corruptela, em forma de gralha, de Lino, como corrigiste - e bem), mas com perspectivas de seguir adiante, embora ainda não saiba como.
À Venda a 6ª edição, ainda pelo preço da primeira, que é de 9 Euros. É a terceira capa,com conteúdo sem alterações. O Padre Costa, a quem a fama atribui 299 filhos de 53 mulheres.
Cultura e incultura, críticas e demais tropelias
Natural de Trancoso, se vivo fosse, o sapateiro Gonçalo Anes Bandarra teria criado este blogue e, através dele, divulgaria as suas profecias e demais tropelias. Como vivo não é, achei que o papel que lhe caberia a ele deve ser feito por alguém, ou seja, por mim. Sobre o futuro, não queiram aproveitar um ponta do véu levantado; sobre a chave do euromilhões e outras chaves que abrem as portas da fortuna, nada de nada;acerca do quotidiano, sabeis mais do que eu, pelo que escuso divulgar; no tocante à cultura e à crítica, ficarei sujeito a ela e pouco a dominarei. Então, para quê, este BANDARRA? Boa pergunta ! A resposta, meus Caríssimos, tê-la-eis se consultardes este oráculo, tabernáculo e espaço de cultura, incultura, crítica, caricatura bem e mal-dizer. De tudo, por tudo, espero que o vero Bandarra me perdoe: que ele descanse em paz e que esta não me falte. Vós, Leitores, sabereis se valerá a pena entrardes uma segunda vez por esta porta. De qualquer forma, sede felizes.
A BD e a guerra: Malgré nous.
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Esta série é mais uma das que tem tentado mostrar a II guerra mundial sob
a perspetiva de quem combateu do lado alemão. Acresce que neste caso se
trata ...
"Maria-rapaz"
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Nas minhas infância e juventude, acontecia ouvir com uma certa frequência a
expressão "Maria-rapaz". Dizia-se de meninas que eram vivaças, gostavam de
co...
Brigantus Vol.1- Banido
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*- Lá, estará uma jovem de olhos claros à minha espera. Ela aquecer-me-á o
coração com o seu sorriso.*
Mais um livro de Hermann, mais uma série de *H...
RACCONTI CONTRO LA GUERRA # 3 : SILVIA TREVES!
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*Buona domenica!*
Con un po' di ritardo- e me ne scuso con l' autrice- pubblico il racconto
conclusivo del progetto " *Racconti contro la Guerra". * Giugno ...
BREVES (121)
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*CÂMARA DE MOURA, GICAV E CPBD RELEMBRAM "A CENSURA NA BD"*
É já no próximo domingo, dia 21 de Abril, que, inserida na Feira do Livro
de Moura, inaugura a ...
A TAP SEM TAP
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Eu não devia falar da TAP, até porque não se fala de outra coisa. Mas a
tentação é grande, quando se arranjam pretextos para o assunto vir à tona.
Tam...
FALSO TESTEMUNHO - HARRY CARMICHAEL
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“Falso Testemunho” é o título da tradução portuguesa de Eduardo Saló para
um livro assinado com o pseudónimo de Harry Carmichael, publicado no nº 360
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REFLEXÕES SOBRE CRIAÇÕES
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Ao arrumar os papéis de Jorge Magalhães, encontrei num pedaço de guardanapo
de papel estas reflexões que julgo ser da sua lavra, a menos que ele a
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Post final
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Informo que faleceu ontem Geraldes Lino, bedéfilo entusiasta e divulgador
da 9a arte.
O velório terá lugar na Capela do Cemitério do Alto de S. João a parti...
VAI PASSANDO A PROCISSÃO...
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Estas três imagens têm uns anos já passados. Foram captadas à porta de meu
sogro, no Altinho.
A primeira, já publicada na monografia de Valdujo, um grupo ...
Realmente o realismo desta história, tanto na planificação do argumento como no grafismo, é quase visceral, e calculo que não seria nada fácil, com cenas tão violentas, transplantá-la para o cinema, embora me lembre de que houve, nos alvores da nossa cinematografia, uns "Crimes de Diogo Alves", realizados já não sei por quem.
ResponderEliminarParticularmente, acho a rudeza do traço e da caracterização de Santos Costa, com sóbrios contrastes de branco e negro, e a fluidez e o ritmo da sua narrativa, os melhores trunfos deste trabalho, que bem merecia ser publicado em álbum.
Abraços do
Jorge Magalhães
Jorge
ResponderEliminarHouve dois filmes: um, de 1909, que foi realizado por Linbo Ferreira ( mas não o acabou) e por João Freire Correia (que o concluiu); outro, de 1911, dirigido por João Tavares.
Na prancha 1 reproduzi um fotograma do último dos filmes.
Estes trabalhos tinham de se apresentar, tanto quanto possível, completos e sem delongas de permanência, o que indicava que não seria bom para os leitores estarem semanas e semanas com a mesma "figura". Daí não estar com grandes descrições e pormenores, embora tivesse material para o fazer. Esta regra, que não me foi imposta, resultou numa dinâmica de tal ordem que percorri o corredor criminal português. Um dia que me der de pachorra, porei os títulos publicados.
Quanto à eventual publicação em álbum, o formato é do tipo italiano, o que não daria muitas páginas, no máximo dois cadernos. Reduzindo para duas tiras por página (com 3,4 ou 5 vinhetas), como estou agora a fazer com o José do Telhado, o formato fica mais quadrado e o número de páginas aumenta, uma vez que, encaixando as vinhetas a par, sem as amputar, há que aumentá-las de tamanho ou colocar outras, intercalares, no seguimento da trama.
Um outro trabalho que gostaria de publicar em álbum é aquele que fiz publicar, durante semanas, dedicado a Alves dos Reis, o falsário das notas de 500 escudos. Tive de desenhar os rostos de todos os envolvidos e, para o efeito, consultei muita bibliografia sobre o caso.
Se soubesse que a BD tinha o mesmo êxito do meu livro de ficção de "O Padre Costa", que já vai na 4ª edição e, só num dos postos de venda, se conseguiu despachar 1.500 exemplares!... Ainda com a limitação, que eu escolhi, de ser vendido a nível local, em apenas três estabelecimentos, sem distribuição alguma, uma vez que não o submeti a editoras.
Um abraço
Santos Costa
Caro Santos Costa
ResponderEliminarGostei de ler a tua resposta ao nosso comum amigo Jorge Magalhães, e fiquei também interessado na hipótese de publicares num álbum formato oblongo "Os Crimes de Diogo Alves".
Por que não propões isso ao Dr. Baptista Lopes?
Abraço,
P.S. - Desculpa, mas corrijo a tua gralha no nome do realizador Lino Ferreira, que grafaste Linbo Ferreira...
Caro Geraldes Lino
ResponderEliminarAgradeço-te a visita e a sugestão, bem como a correcção do apelido do realizador que, de facto,é Lino. Suponho que nunca me enganei quando das vezes que escrevi o teu apelido composto.
Estou a alterar alguns dos trabalhos que fiz para "O Crime". Estou presentemente - alternando com o Magriço e outros de texto - com o "José do Telhado", adaptando para aquele formato, mais propício a uma leitura menos rectangular e horizontal.
"Os Crimes de Diogo Alves", "João Brandão", "O Regicídio", "O Atentado a Salazar" e o "Alves dos Reis", estão a seguir, não necessariamente por esta ordem.
Quanto ao Dr. Baptista Lopes, da Âncora (que não conheço pessoalmente), poderá não estar interessado, uma vez que a editora tem elaborado parcerias com instituições para os seus projectos editoriais.
Estes álbuns são feitos a preto e branco, pois foi assim que, efectivamente, receberam publicação nas páginas do jornal.
Deste modo, a ideia está ainda no limbo (não linbo, a tal corruptela, em forma de gralha, de Lino, como corrigiste - e bem), mas com perspectivas de seguir adiante, embora ainda não saiba como.
Um grande abraço
Santos Costa