Há tempos, num email que enviei a um amigo, disse isto:
"As tiragens limitadas também têm esse intuito: disponibilizar poucos para não sobrarem muitos. E não dar lugar a segundas edições. Enzo Ferrari, quando tinha 500 compradores para os seus modelos desportivos, mandava fazer 499. Não vou assim tão longe, porque não abri assinaturas e pré-vendas, mas tenho os meus critérios editoriais".
A colecção que estou a desenvolver e a publicar, reflecte essa linha - os livros são primordialmente para coleccionadores.
Esta edição é o início de uma série de "policiários", cuja capa e contracapa estão acima, tal qual enviei para a gráfica. Esta capa, com algumas alterações de pormenor e de cor, fazem parte de outro meu blog e foi baseada - quanto à figura da mulher - num desenho de um romance policial americano, uma espécie de pastiche. É claro que tanto a capa como a contracapa e os desenhos do interior têm a ver com o conteúdo.
Toda a sequência destas novelas policiais terão de comum três condições: a primeira é que têm 100 páginas cada uma; têm três ilustrações de página no miolo; o personagem principal não é um detective nem um advogado nem um polícia, mas sim um funcionário do Fisco (inspector tributário, nível 2) que é envolvido em encrencas e que, metediço como eu, gosta de seguir o fio até apanhar o novelo.
Os livros, se são considerados de bolso, não cabem em todos (à excepção dos de uma gabardina) pois têm a dimensão de 14x22 cm.
A leitura é rápida, trepidante quanto possível, com ingredientes necessários ao género. Este episódio, por exemplo, passa-se perto de Aubagne (a 17 km de Marselha-França), nas férias do funcionário. Obviamente não utilizo o truque de encher páginas com fait-divers, palha de centeio a esmo ou muita sangria de encher morcelas, bem como utilização exagerada de diálogos que aumentam o número de páginas com escassos caracteres e sem interesse para a "rodagem" do enredo.
Não se procure o livro nas livrarias, porque não vai estar lá. São, como disse, tiragens para coleccionadores, exemplo que já estou perseguindo em o almanaque trimestral O Bandarra (há leitores que, ao comprarem o número do 1º trimestre de 2017 requerem do livreiro o do 4º de 2016, mas este último já esgotou em alguns vendedores).
Este meu blog é uma montra onde exponho, porque cheguei à conclusão que a venda dos meus livros não deve ser feita directamente por mim, mas por terceiros (os livreiros), sem mais intermediários. Só compra quem quer e, como dizem os americanos "what you see, what you get".
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.