Seguiu hoje por correio electrónico para a gráfica. O prefácio fala sobre o tema. Já a seguir...
Este
livro não é para o seu autor mostrar ao Leitor que sabe tudo nem para o Leitor
demonstrar aos amigos que tudo sabe, embora ambos saibamos alguma coisa. Foi
concebido para que os amigos façam perguntas e testem conhecimento dos seus amigos,
caso assim o entendam, no siso de proporem gastar um serão diferente sem tanta
conversa que enfastie, porque a madrugada não demora.
Não há
perguntas de cacaracacá: se algumas são acessíveis para o comum dos mortais,
principalmente para os que gostam de ler, nadar e fazer yoga, outras são
retorcidas como a cauda dos cochinos.
Será um
teste a uma cultura dita geral (porque o geral da cultura é inalcançável), sem
ter de recorrer ao Trivial
Pursuit ou à profusão de Quizz, ainda outros testes que possam elevar o
ânimo dos sabichões e de todos aqueles que gostam de demonstrar que estoiram de
sabedoria.
O
título é elucidativo: “Eu Faço as Perguntas”
porque é isso mesmo que dirá o Leitor que o tem nas mãos, abre o concurso e
começará por essa expressão afirmativa, sinal de que tem a tarefa mais fácil e
mais cómoda – nunca erra. Mas tudo o que o Leitor fará, o autor fez e outros
farão por ele, é testar amigavelmente alguns conhecimentos, curiosidades e
interrogações que, estando certas como suponho que estão, contribuem para o
espólio do conhecimento de cada um e de todos.
Por
falar em conhecimento, o autor começou pelo fim para chegar ao princípio, à
guisa do caranguejo que supõem erradamente andar às arrecuas; ou seja, da
resposta espiolhada em obras várias, mormente enciclopédias disto e daquilo, partiu
para as perguntas. Para as alternativas, naturalmente erradas nas restantes 3
alíneas (uma apenas é naturalmente a certa), usou da coerência e da imaginação
para poder “baralhar” o interrogado.
Se é
verdade que no pouco se vê o muito, 328 questões sobre os temas propostos na
abertura, com 12 ilustrações da sua mão (com 28 perguntas), algumas mais
mirabolantes que outras, como é dos cânones, julga o autor suficientes para
monopolizar o interesse em vários serões.
As
perguntas são precedidas pelas quatro primeiras letras de cada tema e as
respostas possíveis estão alinhadas pelas quatro primeiras letras do alfabeto,
sendo falsas três desses correspondentes caracteres.
Nas
páginas ímpares estão as perguntas, alinhadas pela mesma ordem sequencial, nas
pares sequentes estão as respostas. A razão por que talvez esta forma de
soluções apresentadas nas ditas páginas pares preleve em relação a outras obras
congéneres é aquela que confere à resposta certa não indicar apenas “a seco” a
alínea correspondente à exactidão da pergunta, mas fundamentar a mesma,
adicionando a justificação mais ou menos longa sobre a questão. Isto permitirá
ao Leitor – e perdoe o alvitre – mais um motivo para brilhar no esclarecimento
do perguntado, sem embaraçar o interlocutor se possível e sem ficar embaraçado
pela busca atrapalhada da solução no final do livro, porquanto se faz as
perguntas terá todo a legitimidade para corrigir as respostas dos seus
patrícios no mais curto espaço de tempo.
Mas,
aparte o recheio em pouco mais de três centenas de questões divididas
equitativamente por doze temas, este livro deve trazer um breve e relevante
cabedal de esclarecimentos sobre cada uma das incógnitas, esclarecendo por que
é uma vera e as outras três inexactas.
No
final, abrem-se algumas páginas para que o Leitor, se for, como presumo,
detentor do livro, escrever as suas próprias questões e as soluções para elas,
de acordo com o mesmo figurino.
Esta
obra não se encontra escrita segundo o dito Novo Acordo Ortográfico, a
contragosto de quem pretendeu alterar a grafia, ainda que possa eventualmente
baralhar quem é obrigado a escrever deste novo modo, em desdenho da ortografia
do português genuíno. Ainda não encontrou o autor a pertinência para a sua
imposição por decreto, tal como está. Não queiram que sejamos meros “espetadores” quando não queremos ser meros espectadores.
Este
livro terá os seus defeitos, mas certamente não será de todo destituído de
virtudes. Façam-me essa justiça.
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