Neste lugar tenho deixado algumas confidências quanto à forma como trabalho em desenho e, por vezes, também em texto. Um e outro, são maneiras diferentes de aplicar a minha disponibilidade, porquanto comecei a desenhar aos quatro anos e a ler e escrever aos cinco, porque frequentei uma pré-escola particular em Alverca (do Ribatejo) antes de entrar na escola primária. No desenho, sei que rabiscava comboios e automóveis, enchendo as margens dos livros de meu pai, aqueles espaços em branco não cobertos pela mancha impressa. Uma locomotiva com as suas carruagens dava a volta à página inteira, não esquecendo o fumo da chaminé.
Porventura essa "forçada" aprendizagem precoce, entregue a uma professora já aposentada que se fartava de puxar as orelhas a meia dúzia de alunos a seu cargo, despertou-me o gosto de, ao longo da vida, desenhar e escrever ou fazer as duas coisas concomitantemente.
A propósito, quero dizer que nunca - mas nunca - me ocupo de um só trabalho de cada vez; ainda que haja um que me exija mais atenção e prazo, tenho de ter um outro de reserva, para não "enfastiar".
Posto isto, deixo mais uma imagem de um prancha adaptada de um trabalho publicado em outro formato sobre o "Estripador". Aproveitei a oportunidade de os inspectores terem de interrogar o dono de uma oficina, para pespegar em primeiro plano um "carocha" em mau estado.
A vinheta solitária acima, está na prancha abaixo.
Já me deu a ideia - e quando estava a escrever este post, aterrou mais uma vez - de pegar nuns acrílicos e numas telas e pintar quadros com automóveis de sucata, abandonados. Ainda não o fiz porque o que mais me chateia na pintura é ter de arrumar a tralha e lavar os pincéis.
Não sei por quê, como já afirmei aqui noutra oportunidade, há uma certa nostalgia quando me deparo com algum automóvel que já teve esse nome.
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