Gosto de andar a cavalo, embora
não o faça há muito por razões óbvias, sendo a principal a que indica que não
tenho algum em carne e osso. Possuo cento e trinta cavalos (horse power)
enfiados sob o capot do motor do meu automóvel. São fogosos, embora controláveis,
mas se a um cavalo dar-lhe esporas é vê-lo quase a voar, imaginem cento e tal;
é por isso que sou apanhado nas “tesourarias” rodoviárias em excesso de
cavalgada.
Acho o cavalo, um animal
perfeito. Sempre admirei e respeitei em especial este animal (embora tenha por
timbre respeitar e admirar todos os animais), não só pela sua estrutura e
dinâmica, como pela beleza plástica que os seus movimentos proporcionam. Desde pequeno
aprendi a montar num cavalo… em pêlo. É certo que o fazia em animais bem
domesticados, de carga e não de tiro ou montaria, pois eram eles que levavam os
sacos de farinha do moleiro, meu saudoso primo Ivo. Passei a montar, mais
tarde, em outras condições, mas as sensações perduraram de uma ou outra forma.
Confesso que, de uma vez, fui projectado pelas orelhas, graças à aparição
intempestiva de um canídeo mal-humorado, que obrigou a montada a especar
súbito.
Possivelmente voltarei a este
assunto da cavalaria – não alta cavalaria – porque tenho algures fotos com o
animal que montava nos meus verdes anos, um belo e alto exemplar castanho, de
que guardo saudades. Quando se proporciona desenhar cavalos – e faço-o quando
me ocupo de trabalhos de ilustração ou quando alguma criança mo pede – faço-o
com a imagem desse garboso animal, as suas crinas ao vento, o seu galope
cadenciado, o vero símbolo da liberdade.
Quanto à fotografia, não se
ponham a conjecturar, uma vez que sou mesmo eu o cavaleiro, o cavalo é um cavalo
de carne e osso e a praia fica no município de Porto Seguro, no Brasil, onde
Cabral descobriu o Brasil… e não se preocupou em o cobrir.
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