Faleceu o Geraldes Lino, tal como é conhecido pelos apelidos,
de seu nome António. Um Homem de elevadas qualidades, aplicado em tudo o que
encetava e fazia, sempre pronto a aconselhar, a dispor; um Conhecedor do meio
da Banda Desenhada portuguesa e internacional, propulsor de grandes iniciativas
e projectos; um excelente Escritor, que primava para apresentar, onde quer que
fosse e sobre que material fosse, uma escrita irrepreensível, dado que não
abdicava de utilizar devidamente a Língua Portuguesa, a sua gramática,
morfologia e sintaxe.
O Geraldes Lino era ele mesmo, presente e constante, pronto
e diligente. Para o classificar em duas palavras no que possuía de grandeza humana
e social: um Amigo puro.
O Lino, como eu o tratava - ele chamava-me Costa – era tão
criterioso que, mesmo nas exposições que visitava ou que organizava, estava
sempre a tirar apontamentos, como é o caso da fotografia que lhe tirei em Viseu,
de costas, embrenhado na apreciação dos trabalhos expostos, a tirar os seus
apontamentos. Não tenho outras fotografias dele – os meus companheiros da
blogosfera têm-nas, pelo que abri este texto com uma imagem retirada do blog do
Machado Dias (e espero que ele não leve a mal, pois “amputei” a fotografia).
Com o despropósito de me repetir, replico aqui a mensagem
que deixei no seu blog, referido aqui neste ao lado, o Divulgando BD, onde
tomei conhecimento do seu falecimento com um post do seu filho.
“Fui apanhado de chofre com esta triste notícia.
Não faleceu apenas o Geraldes Lino, um Amigo, faleceu uma
grande parte da BD portuguesa. O seu entusiasmo, o seu empenho em prol da banda
desenhada, o dinamismo que imprimiu em tudo o que encetou e fez, não vejo
comparação que possa ombrear com o seu trabalho. Sempre criterioso, escrevia
com qualidade como ninguém, possuidor de grandes conhecimentos da Língua Pátria,
que fazia questão de não abdicar.
Conheço o Lino há muito tempo, recebi por via dele uma
homenagem da Tertúlia, trocávamos mensagens por e-mail e até por telemóvel,
dele colhi muitos e bons conselhos. Perdi um Amigo e até uma referência.
Para ti, Lino, estejas onde estiveres, continuarás na minha
memória e na de todos aqueles que verificaram que, através de ti, a banda
desenhada em Portugal elevou-se como nunca esteve antes. E cai-me uma lágrima
de saudade por saber que não retorno a este blog, trocando através dele os
comentários que tive ensejo de aqui deixar, muitos deles continuados na caixa
de correio de ambos.
Para a Família, os meus sentimentos.
Até sempre, Geraldes-Lino e obrigado por tudo o que me
proporcionaste e nos propuseste”.
Foi graças a ele que fui homenageado, em Lisboa, na Tertúlia
da BD, fazendo questão de me acompanhar, transportando-me no seu carro até um
bar do Bairro Alto, para bebermos um copo.
Pediu-me colaboração para os seus álbuns de grandes
dimensões – o Efeméride – em que foram homenageados O Príncipe Valente e Lucky
Luke.
Aquando da apresentação do meu livro de BD na Livraria Buchholz,
editado pela ASA, ele foi até lá. Estava sempre presente quando se tratava de
BD. Julgo que, no que fez e pelo que fez, é único.
Adeus, Lino. Sinto já a tua falta, a tua voz rouca ao
telemóvel, os teus e-mails de incitamento e conselho.
E para te homenagear, vou deixar aqui duas das vinhetas do
Efeméride que fiz com muito gosto para tu publicares e relativo ao “Príncipe
Valente no Século XXI”. Faço-o, porque te tentei retratar como Bandarra, para a
“história” como vendedor de automóveis, tentando vender um “calhambeque” ao
Príncipe Valente e à sua esposa Aleta.
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