"Quem tem capa, sempre escapa", diz o provérbio popular. Não sei se a capa conseguirá fazer escapar o policial, mas o certo é que fiz duas para a mesma obra. Uma, a postada anteriormente; esta, com outra cor, sendo o amarelo comum às duas.
O certo é que a personagem principal - como se pode ler no trecho do primeiro capítulo colocado no post anterior - não é o vulgar detective nem o advogado armado em criminologista ou mesmo um inspector da judiciária. A personagem, que pretendo levar para outros títulos é, nada mais nada menos, um funcionário das finanças.
No entanto, depois dos retoques finais, seguirá para publicação... Sabe-se lá, como?!
Caríssimo Santos Costa,
ResponderEliminarGostava muito de ter este teu livro. Sou um incondicional dos policiais (são os únicos livros que leio actualmente - sobretudo os da Patricia Cornwell, mas també do Mário Viegas e os clássicos do Dinis Machado "Denis Mac Shade") para além do que vai saindo sobre História, a minha paixão desde a adolescência. Estou mesmo a escrever um "policial" um pouco estranho - meio vampiresco, meio fantasista - que era para ser um argumento de BD. Enfim, nem sei sequer se o vou terminar.
Mas quero ler este teu livro. Diz-me quando e se, for publicado, OK?
Abraço,
Já agora fiz algumas capas para policiais quando era o capista residente das Edições 70 e, curiosamente o preto, o amarelo e os vermelhos-sangue eram as minhas cores. Gosto destas duas versões das tuas capas - mas prefiro a primeira.
ResponderEliminarDesculpa lá, enganei-e no "Mário Viegas", eh. eh... esse foi um amigo muito especial que já foi desta para melhor e era actor, como sabes. Queria dizer, obviamente, Francisco José Viegas, a
ResponderEliminarque, já agora, acrescento o castelhano Arturo Pérez-Reverte - fabuloso.
Bem, acho que prefiro a capa anterior! A 1ª que apresentaste tem mais "alma" de policial!
ResponderEliminar:D
Caríssimo Jorge Machado-Dias
ResponderEliminarQuando for publicado, terei muito gosto em oferecer-te um. Até lá, vou passando a lixa sobre algumas arestas do texto e esperar para uma de duas (se não as duas) decisões: ou enviar a um editor para passar os dias à espera de uma nega; ou auto-editar, numa edição limitada para marcar posição como autor deste género. No índice dos livros que seguiram como Depósito Legal, e na lista da Biblioteca Nacional, ainda não consta um único policial da minha autoria. O que lá consta - e eu já pedi a emenda - foi parte da minha obra ser atribuída a um outro Fernando Santos Costa (faltou o Jorge, pois também o uso), nascido em mil oitocentos e tal e falecido em 19 e setenta e tal. O meu problema é que assino de todas as maneiras: Fernando Costa; Fernando Jorge; Santos Costa; Fernando Jorge Costa. Os pobres catalogadores já não sabem se são heterónimos da mesma pessoa, se são pessoas distintas. Num dicionáripo de autores do Distrito da Guarda (e eu não sou natural deste distrito) apareci como sendo dois escritores, devido a esta confusão que eu tenho gerado.
Agradeço a sugestão sobre uma das duas capas.
Abraço
Santos Costa
Caríssimo Nuno Amado
ResponderEliminarTambém tens direito ao teu exemplar autografado, nos mesmos termos que já apontei no comentário ao Machado-Dias.
Concordo que o segundo tem mais alma de policial e a noite - sugerida pelo azul escuro - combina bem com o amarelo das luzes, embora a miúda não seja nada de especial, embora eu a descreva no romance como sendo uma "lasca". Lá está: a descrição é fácil; o desenho é que é uma treta!
A segunda capa irá para outra hipotese (um segundo policial), se o primeiro correr bem. Às vezes, o conteúdo (o miolo) do romance surge em função da ilustração das capas, como
aconteceu com a série Harry Dickson, de Jean Ray, que teve de fazer os argumentos com capas das Dime Novels que estavam destinadas a romances de Conan Doyle (Sherlock Holmes).
Enfim, como diria o outro, é a vida!
Abraço
Santos Costa
Caríssimo Santos Costa,
ResponderEliminarEntre duas coisas boas, a escolha nunca é fácil! Mas há sempre um qualquer pormenor que se destaca (um ou vários) e que, para o nosso juízo crítico ou meramente apreciador, faz toda a diferença.
Esses pormenores, para mim, são a cor e a forma, a sugestão estética, em primeiro lugar, e a sugestão cinética (que não será tão influente como a primeira, mas também tem a sua importância). Conjugando estes dois factores e deixando outros de fora, não tenho dúvidas de preferir a primeira capa, embora também goste da segunda... e compraria sem hesitar o livro, se esta fosse a escolhida.
Também gostei da ideia de um inspector das finanças "travestido" de detective ou coisa do género, e a abertura do livro faz jus ao estilo a que o Santos Costa (e todos os seus heterónimos) já nos habituou. Um texto cujas palavras são como as cerejas: quantas mais provamos, mais se adoça o nosso paladar e a vontade de comê-las torna-se irresistível.
Um abraço do
Jorge Magalhães
Caríssimo Jorge Magalhães
ResponderEliminarLendo as suas palavras de apreço, temo que o livro possa não corresponder a essa expectativa positiva. De qualquer forma, quando for publicado, garanto-lhe que não terá de o comprar, pois terei um exemplar para si, com a devida dedicatória.
Já há três opiniões sobre a capa e todas elas coincidentes, o que me ajuda na escolha.
Um funcionário dos impostos (inspector de finanças) releva algumas falhas de ordem legal e técnica na investigação, o que não se perdoaria se se tratasse de um inspector judiciário ou mesmo de um advogado. Por outro lado, obriga a elaborar um enredo onde o "caso" envolva o funcionário do fisco e este, em vez de ser chamado à acção, participa na acção por se ver nela fortuitamente envolvido. Daí ter optado pela descrição na primeira pessoa e não através de uma outra, coloquial e narrada pelo autor escrevente, dando azo à personagem (esse "eu") a dizer o que lhe vai na alma, a ter confidências com o leitor como se este fosse (e é, de facto) o seu melhor amigo. É evidente que a acção tem-no em permanência no cenário decorrente, mas um eu só pode narrar aquilo que "vive".
Não quero dizer com isto que as forças e as fraquezas desse inspector do fisco sejam as minhas, porque terá algo de mim, mas não muito - a começar pela profissão que, de quando em onde, entronca na trama. Uma dose de humor, em estilo Chandler, cai sempre bem, desde que esse humorismo não force em demasia, para não se tornar entediante e despropositado.
O Jorge sabe (e sabe mais do que eu) que esta coisa da escrita funciona bem logo que se tenha a "chave", que é a receita do bolo; o resto embeleza-se, amplia-se, retrai-se, corta-se, consoante se quer estender, complicar ou simplificar o enredo. No saudoso "Mundo de Aventuras", através da rubrica do "Sete de Espadas", foram expostos trabalhos que envolviam muito trabalho das "cinzentas" (como o Manuel José Lattas gostava de dizer), pois a chave era introduzida em pequenos textos, onde a perspicácia e a dedução nos pormenores dissimulados com mais ou menos mestria dos autores, faziam toda a diferença no resultado e pontuação finais. Havia os que eram mesmo muito bons!...
Logo que tenha concluído o trabalho - escrevo e faço banda desenhada ao mesmo tempo, como aqueles que gostam de entremear a carne gorda com carne magra para não enfastiar o paladar - darei conta do resultado.
Um grande abraço
Santos Costa