"Cá fico à espera que nos revele essas páginas que adaptou do seu livro."
Foram estas as palavras do escritor, autor de Bd, editor e divulgador, Jorge Magalhães, em comentário colocado neste blog.
Trata-se, como já tinha aí referido, de um romance escrito propositadamente para um prémio literário do Círculo de Leitores, e que não venceu nem foi publicado. Entretanto, a matéria do romance, com o tempo, não apelou a que eu persistisse na sua publicação, pelo que permaneceu em folhas dactilogradas com máquina de escrever mecânica, visto na altura não haver computadores.
Há tempos atrás, quando andava a arrumar o arquivo, saltou-me o "dossier". Então pensei: vou desenhar as primeiras páginas, a ver o que dá; é claro, submetendo e condensando aquela literatura toda de forma a "encafuá-la" no formato "comic".
Daí largar aqui apenas duas, a 10 e a 13, pois é provável que estes sejam dois dos números do euromilhões de amanhã (não apostem nesles, porque o palpite pode sair "furado"). O livro tem 224 páginas; agora imagine-se colocar estes textos em vinhetas de uma BD com cerca de 100 e com o formato que teria o mesmo livro, se fosse impresso apenas em caracteres !
Pois muito folgo, amigo Santos Costa, que não tenha feito "orelhas moucas" ao meu alvitre, satisfazendo assim a minha curiosidade e a de outros leitores deste blogue.
ResponderEliminarPela amostra, o projecto revela-se muito interessante, com um tema neo-realista que não me parece estar muito longe ainda da nossa época; e o desenho, dentro do estilo a que nos habituou, cumpre bem o seu papel, expressivo e escorreito como sempre, embora a cor pudesse eventualmente realçá-lo, mesmo só uma cor, em tons sépia ou coisa no género.
Sinceras felicitações pela ideia - já que o romance não saiu ainda da "prateleira" - e que venham mais páginas.
Um abraço do
Jorge Magalhães
De facto, o tema é neo-realista, mormente na escrita coloquial e nos diálogos, estes devidamente marcados em determinada época (1937) e na região interior, junto à raia.
ResponderEliminarÉ um romance regionalista com pendor para o policial/policiário - não sei se este rótulo lhe cabe porque há um crime sem que alguém o desvende - com as personagens que circulam na aldeia em permanente transformação: os bons não são assim tão bons; os maus não são todavia tão maus ou são piores.
A pintura a sépia é a mais recomendada, evitando o cinzento que corresponde às imagens fotográficas dos primeiros anos do século e que, com a deterioração da prata, adquiriam a tom castanho velho.
É um trabalho que levarei a termo, mas devagar. Há imagens que são mais duras e que não deixarei de fazer, para seguir as tendências do livro.
É difícil colocar todos os caracteres do texto original nas pranchas. Porém, mesmo que as vinhetas tenham uma média de quarenta palavras, passam a ter mil e quarenta - porque o aforismo diz que a imagem vale por mil.
Um abraço
Santos Costa