As superstições são vividas ao longo do ano; no entanto, com a entrada
de novo ano, são inúmeras as que são seguidas e atendidas por larga maioria de
pessoas, principalmente ante, durante e após as doze badaladas do dia 31 de
Dezembro.
Vejamos algumas:
Champanhe – guarda-se a rolha da garrafa do champanhe aberto na ocasião
para festejar o Ano Novo, em lugar secreto, para que traga dinheiro. Também se
acredita que é de bom agouro dar três saltinhos com uma taça de champanhe na
mão, de modo a que não verte sequer uma gota; há quem leve o costume mais
longe, deitando após o conteúdo do copo para trás, independentemente de molhar
alguém, porque garantirá a sorte a essa pessoa.
Subir um patamar – acredita-se que se deve subir um degrau, um patamar
ou para uma cadeira, na passagem de ano, para que a vida ganhe novo impulso
positivo; mas deve fazê-lo com o pé direito primeiro. Não se promete que suba
na carreira, principalmente se estiverem “congeladas” as progressões na dita.
Uvas – comer doze passas, cada uma com seu desejo. Aconselho que
reservem uma delas para que Sócrates e comandita não regressem ao leme do País,
porque para pior, já basta assim.
Calcinhas e cuecas – usar de preferência de cor amarela, porque
representa o ouro.
Sapatos – colocar uma nota (no caso, o euro) dentro de um dos sapatos
(de preferência, o direito), porque atrai mais dinheiro, uma vez que se
acredita que a energia e a abundância entram pelos pés. A propósito, também
traz bom augúrio saltar com o pé direito, sem se incomodar muito com os euros
aí escondidos, porque mais pisados do que estão pela Europa fora, é impossível.
Acautele-se com o cheiro dos pés, principalmente se pretende posteriormente
trocar a nota.
Barulho- fazer chinfrineira com tachos e panelas, para espantar os
malefícios do ano que finda e impedindo que entrem no novo.
Portas e janelas – devem estar abertas na passagem do ano e as luzes
acesas, para assim receber o ano novo com bonomia. É claro que também se estará
sujeito a receber o amigo do alheio, mas devemos lembrar-nos que somos
“assaltados” com taxas, impostos, alcavalas e portagens, mesmo com tudo
fechado.
Moedas – Acredita-se num ano de boa conta bancária se jogarem moedas de
fora para dentro de casa; será cauteloso aquele que se prevenir contra a quebra
acidental de vidros, cujos seguros (e mais uma vez) se escusam a reembolsar.
Bolsos – Não se deve fazer a passagem de ano com bolsos vazios, mesmo
que tenha sido esbulhado pelos mesmos sugadores ao longo do ano e
independentemente dos cortes no subsídio de Natal. Lembrem-se que até a
mendicidade, neste País, paga imposto.
Objectos – Aconselham a que nenhum objecto partido deve ser mantido em
casa, na passagem de ano; eu diria mais, tudo o que tresande a partidos. Deve
deitar fora todas as más recordações impressas, como as fotografias de Sócrates
e quejandos – possivelmente trará bom augúrio para si e para o País.
Finalmente - Façam o que entenderem, mas sejam Felizes e tenham Saúde.
Difícil será esconjurar os resultados dos maus governos, as tróicas e a subida
do custo de vida e dos impostos. E lembrem-se que só será bom um Ano Novo se
não cometermos os mesmos erros do Ano Velho.
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