segunda-feira, 22 de outubro de 2018

CRIME NO EXPRESSO DO ORIENTE (ARTE DE AUTOR)


Segundo aponta a editora Arte de Autor, o álbum de BD Crime no Expresso do Oriente é, com As Dez Figuras Negras, um dos romances de Agatha Christie que conheceu maior sucesso, tendo sido traduzido em mais de trinta línguas.

Em duas penadas, resume-se o argumento desta obra do género policial (ou policiário).
Inverno de 1934. Pouco depois da meia-noite, um banco de neve obriga o Expresso do Oriente a parar. O luxuoso comboio está surpreendentemente cheio para a época do ano, mas, ao amanhecer, conta-se um passageiro a menos… Um magnata americano morre com uma dúzia de punhaladas, a porta do seu compartimento está trancada por dentro. Hércule Poirot conduz o inquérito no comboio isolado do mundo…

É um álbum imperdível para mim, uma vez que reúne em BD um dos géneros de literatura que eu aprecio, a que se alia a publicação em banda desenhada, que ainda mais aprecio.
Adaptação: romance de Agatha Christie
Argumento: Benjamin von Eckartsberg 
Desenho; Chaiko
Edição: Cartonada
Número de páginas: 64
Formato: 210 x 285 mm
Impressão: cores
Data de edição: Outubro de 2018
PVP: 16,00€

(Gravuras enviadas pela Editora)

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

PRIMEIRA PÁGINA

A primeira página é sempre a mais difícil, porque, em princípio, é a partir dela que se desenrola a acção. Acontece que esta primeira página, que respeita naturalmente à série que trago aqui de há dois posts a esta parte, tem a particularidade de ser a sexta página no que toca às transformações que já teve desde a altura em que foi concebida, quer nos enquadramentos como também nos materiais utilizados para a aplicação da cor. Quem acompanha este blog terá dado conta que ela já apareceu por aqui com outras formas, designadamente até com colorido à base de lápis de cor.
Diz o povo que "o vagar faz colheres". No meu caso, não é apenas o vagar, porque me distribuo por outras ocupações, mas o meu gosto, que varia conforme as luas, as estações do ano e nem sei mais o quê. Se não estou contente com um determinado trabalho, transformo-o sem perguntar a quem quer que seja se está melhor assim ou assado.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

À NOITE, NA BD


Mais uma página da "Bandoleira" com as "cores" da noite.
Pode parecer simples colorir uma página, mas torna-se necessário identificar o que se quer colorir e com que cor é mais interessante colorir. Há ainda a respeitar a homogeneidade dos tons em cada página, dentro do possível.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

DUAS PROPOSTAS PARA A MESMA PÁGINA



Tal como fiz no post anterior, desta vez agarro num outro trabalho, mais propriamente da prancha 33 da "Bandoleira Maria Guedelha", para colocar estas duas opções de publicação, tendo em atenção que os custos gráficos são substancialmente maiores na hipótese colorida.
O trabalho a preto passa, como é óbvio, por um trabalho de esquiço, que pode ser feito a lápis ou directamente no computador, antes da aplicação da parte final.
Quanto ao trabalho a cores, levou duas fases, pegando no trabalho a preto: uma, em que apliquei a trama (e era mais uma terceira hipótese de publicação, com apenas esta, sem aplicação da cor); outra, com aplicação da cor sobre a trama.
Curiosamente - e para quem não saiba - quer a aplicação da trama como o colorido, são relativamente rápidos, dispondo eu de dois programas essenciais. A fase mais morosa, após o argumento e os esquiços, é naturalmente o preto e os respectivos arranjos no computador, com um outro programa adequado, colocação de balões e didascália, ferramenta essa que eu utilizo desde há muito tempo.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

O ESQUIÇO, A TRAMA E A COR



Normalmente é hábito dos autores de BD guardarem ou destruírem os esquiços da sua arte. Não acontece comigo, porque guardo tudo, principalmente em formato digital.
Acontece, como é disso exemplo as três versões acima, que eu para além de guardar, transformo e altero conforme a veneta do momento e a opção que pretendo para o trabalho final. O que aprecio hoje, amanhã posso não gostar ou até detestar, sem que isso envolva a destruição do material, uma vez que este estado de ânimo pode alterar a todo o momento.
Submeti o mesmo trabalho à apreciação de familiares e amigos e obtive uma resposta inesperada: preferiam o esquiço. E não é que me convenceram? A tal ponto fiquei que, nos casos em que o esboço ou debuxo ficou sem ponta por onde pegasse, os refiz e estou para recuperar os restantes, dando-lhe novos balões, os quais encostam às linhas do enquadramento, para "arejarem" o desenho.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

LENDA DE BANDARRA


Para o Dia da Criança e da Juventude, a Câmara Municipal de Trancoso teve a louvável iniciativa de oferecer, a cada um dos alunos do concelho, um exemplar das Lendas de Trancoso, brochura de formato A4 que contém, nas suas 32 páginas, exactamente 30 lendas do concelho. O trabalho foi feito por mim, a título gracioso (como se diz, "pro bono"), ilustrado de forma a poder ser colorido pelos mais jovens. A cada lenda uma página e uma gravura alusiva.
De entre as lendas, uma delas encontrei-a numa obra desse admirável Homem que foi o Padre António Vieira, para quem Bandarra era uma figura notável.
E é essa lenda que reproduzo a seguir.


QUE SE COMPRE BAETA
Passeando dois escudeiros, encontraram o Bandarra. Quiseram então saber o que ia acontecer nos tempos mais próximos.
“Temos alguma coisa de novo, Gonçalo Anes?”
O Bandarra encarou-os e respondeu: “Sim, temos.”
“E quê?” Tornaram os escudeiros, agora expectantes.
“Que se compre baeta”.
Os escudeiros entenderam que na casa de algum deles ia acontecer alguma morte. Comprava-se baeta para se vestir quando houvesse luto na casa.
“E qual de nós é que há de comprar baeta?”
O Bandarra respondeu:
“Todos”.
Acaso viria alguma peste que levasse toda a gente da vila? Não inquiriram mais, pois o vate continuou o seu caminho com ares de quem não queria responder a mais perguntas.
Daí a poucos dias adoeceu gravemente o infante D. Luís, filho de el-rei D. Manuel e, por sua morte, foi decretado luto geral em todo o reino.
Então os dois escudeiros entenderam o vaticínio do Bandarra. Todos os portugueses teriam de comprar baeta para vestirem pela morte do príncipe.