sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

PROJECTOS INCONCLUÍDOS E ABANDONADOS (2)

Houve uma altura em que fui "atacado" por uma ideia peregrina, a qual me levou a executar uma série de gravuras de personalidades para uma agenda de nascimentos, que então pensava publicar por cada um dos meses do ano, cabendo seis páginas a cada dia: 4 com nascidos nesse mês, breve biografia e gravura; uma página com 25 nomes de outras personalidades, com uma brevíssima menção à sua biografia; 1 outra página deixada livre para o leitor colocar aí o(s) amigo(s) ou quem lhe apetecesse, também nascidos nesse dia do mês.
Comecei por Fevereiro (o meu mês) e assim desenhei 116 "fotos", ficando expostas por página como vai acima.
Foi relativamente fácil desenhar os rostos, mais fácil ainda redigir as biografias... Desisti porque me chateei com a coisa, não prosseguindo com os meses restantes. Talvez um dia recomece, mas acrescentando à ideia deixar algumas páginas em branco para os meus amigos e familiares, a quem farei, como é justo, o mesmo tipo de gravura e enquadramento das restantes personalidades.
A título de exemplo, para o mês de Fevereiro, seguem apenas as gravuras de:

Fernando Assis Pacheco, também nascido a 1 de Fevereiro;

O bispo Ximenes Belo, a 3;

Lee Marvin, a 19;

Kátia Guerreiro, a 23;

Steve Jobs, a 24;

Michèle Morgan, a 29.

São oito de 116 figuras, escolhidas ao acaso.

domingo, 18 de dezembro de 2016

PROJECTOS INCONCLUÍDOS E ABANDONADOS


O título não corresponde, no todo, à realidade: projectos inconcluídos, sim; abandonados, nem todos nem alguns, uma vez que estão suspensos até nova vontade.
É o caso desta série de efemérides que eu fui elaborando no texto e nas imagens, estas últimas baseadas em fotografias (quando as há) e em ilustrações atinentes às situações.
Como é fácil observar, sou daquelas pessoas que não param de ter ideias; tantas que, como também se torna óbvio, nem todas são exequíveis, não só pela sua complexidade, como pela capacidade de as concretizar no seu todo. É o caso deste trabalho, de que apresento duas páginas, que exigiria, a ser concluído, centenas de horas de trabalho "duro" para uma ou várias publicações de muita lombada.
Uma página por efeméride, mesmo que apenas proposta para um século apenas, exigiria muito papel impresso e muita dose de paciência.

domingo, 4 de dezembro de 2016

BANDARRA (DE NOVO) EM BD

Há muito que se encontram esgotados os quatro mil exemplares da BD que fiz em 1990, com edição partilhada por mim com o Município de Trancoso. Obra cartonada, a cores, em formato A4, requeria nova edição, uma vez que dificilmente aceito fazer segundas edições dos livros publicados.
Com vista a repor a obra, achei por bem alterar tudo, mantendo o formato (ligeiramente inferior para melhor dizer), retirando a cor e ampliando o número de páginas.
Aproveitei alguns desenhos do primeiro álbum, redesenhando-os, aplicando os cinzentos através da trama mais grossa.

Embora ainda não tenham o tratamento final, uma vez que o trabalho ainda não está concluído, deixo aqui quatro das páginas. Também não sei quantas terá ao todo este livro, uma vez que a planificação é alterada de dia para dia e, entre uma página e outra, suspendo a função para me dedicar à escrita de outras obras.
Coloco aqui esta novidade sem outro intuito que não seja a notícia, pois a obra já tem editor, o habitual: eu próprio.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

AS LENDAS DO DISTRITO DA GUARDA NA REVISTA "COFRE"

Por cortesia  da direcção da Revista "COFRE" - Revista do Cofre de Previdência dos Funcionários e Agentes do Estado - foi inserida uma referência à minha obra "Lendas do Distrito da Guarda", acompanhada de uma indicação para acesso a este meu blog.

Esta é das poucas revistas institucionais e representativas de classes de trabalhadores, que dedica este espaço aos seus associados, dando conta dos seus trabalhos trazidos ao público nas várias vertentes artísticas e culturais. Para além disso, é uma revista que insere e generaliza, para além dos assuntos informativos e relativos ao âmbito do "Cofre de Previdência", outros de vária ordem cultural e lúdica, conseguindo trazer ao público efemérides, conselhos e consultórios, pequenas e grandes histórias da História, coleccionismo, ciência, gastronomia e culinária, reportagens, informação sobre regalias (financiamentos para aquisição de imóveis e obras, bolsas de estudo, residências universitárias, centros de lazer, cartão de saúde, entre outras), livros, hobbies,  viagens e até BD. Com este leque de assuntos, esta revista pode orgulhar-se de emparceirar com outras do segmento generalista, não lhe ficando atrás.

É certo que a periodicidade bimensal e o reduzidíssimo custo de venda ao público (gratuita para os associados), não nos permite desfrutar desta leitura com mais assiduidade, mas não deixa de ser desejada a sua pronta periodicidade e o seu interesse. Cabe-me assegurar que esta boa qualidade da revista e a sua criteriosa e variada escolha editorial, é fruto de um bom trabalho da sua direcção e redacção, de que se destaca a directora Dra. Luís Paiva Boléo, na vigência do actual presidente do "Cofre", Dr. Tomé Jardim.
Depois de dizer isto, só tenho de agradecer ao núcleo editorial do "COFRE".

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

ALMANAQUE "O BANDARRA" - 1º TRIMESTRE DE 2017



Acaba de me ser entregue a pesada encomenda do almanaque O BANDARRA, edição do 1º trimestre de 2017. Para os mais interessados, lembro que há um post de Setembro onde noticiei a edição desta publicação do 4º trimestre de 2016 (que ora decorre).
Este do 1º Trim. 2017 ainda não se encontra disponível e à venda, uma vez que gosto de antecipar as publicações periódicas, respeitando o período em que as mesmas se inserem, mas não tanto.
Este volume tem mais 40 páginas que o anterior, ou seja, 210 (formato A5).
Como já estou a trabalhar - sem pressas - no número do 2º trimestre de 2017, não posso deixar de noticiar neste blog, em primeira mão, a saída do primeiro do ano que virá. Sei que continua a haver coleccionadores desta obra, pois assim acontece com aqueles que ainda pretendem completar a colecção de 1988 a 2003 e permanecem fiéis a estas novas edições. Para eles e para todos, acho que devo lembrar que a coisa esgota e eu sou renitente a segundas edições, com prejuízo daqueles que - como um caso que conheço - tiveram de recorrer a um alfarrabista, ou lá quem o valha, para adquirir um número atrasado por... 80 euros(!).
Para além dos exemplares que serão entregues ao Município, no âmbito do patrocínio, eu não vendo sequer um único, directamente; os que saem da minha mão vão a título gracioso, por amizade e por cortesia. Para serem adquiridos, só nas livrarias do costume - quem os quer encontrar, encontra.
Tem muitos textos e muita investigação. E para quem gosta de BD, também lá há, sim senhor.
A coroar este post, encontra-se a capa e a contracapa.

domingo, 23 de outubro de 2016

O MALHADINHAS



"O Malhadinhas" de Aquilino Ribeiro foi das obras que mais me impressionaram desde os meus tempos do liceu. O seu pendor telúrico, a braveza das terras e das gentes, aliada à descrição regionalista do Mestre, tiveram o condão de fazer com que possua o livro em vários exemplares, um dos quais anda já muito maltratado por tanto o ler e reler.
Seria natural que eu tentasse desenhar essa novela aquiliniana. Fi-lo primeiramente num formato de duas tiras por página e depois em formato de álbum, com três tiras, como é o exemplo visto nas duas pranchas acima.
Há uns três ou quatro anos, tentei que a Bertrand desse um parecer sobre a obra, na futre tentativa de obter deles uma resposta com vista à publicação. Não me deram resposta.
Há meio ano, com vista à disponibilidade dos direitos - visto eu próprio querer editar este trabalho (ainda não concluído) - voltei a contactar a editora, para saber como obter essa autorização, bem como saber se os direitos do autor permanecem na editora ou eram da alçada dos familiares. Não obtive resposta.
Conclusão: não escrevo mais àquela editora, mas hei-de concluir a obra, nem que o único exemplar permaneça na minha estante. E, naturalmente, porque não pago mais por isso, esse exemplar estará devidamente colorido.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

NOVO ALMANAQUE "O BANDARRA"

O Almanaque O Bandarra regressou. O último O Bandarra – Almanaque Anuário de Trancoso saiu no ano de 2003, depois de uma aventura anual que teve início em 1988. Com o interregno do ano de 1991 (altura em que não foi publicado) aquele anuário preenche, assim, qualquer estante com as quinze lombadas, cada uma comportando mais de duas centenas de páginas.
Por vontade própria – e não por circunstâncias adversas ou terceiras decisões – decidi terminar com essa publicação e mantive o hiato durante treze anos. Não havia disponibilidade para investigações e pesquisas novas, buscas em arquivos, artigos de índole regional e local que fossem a chama da obra e a tornassem, no mínimo, essencial para os leitores ávidos e interessados e até para repositório de temas subsidiários a outros trabalhos monográficos.
Regresso agora. Sem que fosse instado a fazê-lo – embora algumas pessoas tenham manifestado o desejo de verem a continuidade da obra – sem procurar qualquer prebenda ou lucro pela apresentação da obra feita e editada. Tenho, isso sim, um arquivo mais bem apetrechado de investigação e recolha documental, que me permite, por mim só (se mais não houver interessados colaboradores) sustentar com assuntos locais a continuidade da série, nesta segunda que ora começa, mau grado adoptar, a contragosto, o famigerado Novo Acordo Ortográfico, coisa que não faço aqui.
Propus alterar o figurino. Desde logo através da periodicidade, que passou de um volume anual para quatro trimestrais, o que oferece a possibilidade de actualizar, na sequência, qualquer assunto que pretenda ver tratado e aumentar de 220 páginas para 800 anuais, possibilitando a sua aquisição mais suave. Depois, pelo formato, que se reduz para um A5 convencional, retirando-lhe a cor para embaratecer o produto e colocá-lo à disposição de qualquer bolsa. Finalmente pelos assuntos, que não procuram os “fait-divers” (julgo eu) para encher volume.
Comecei pelo quarto trimestre de 2016; sem motivo especial, é bom esclarecer, tão só porque me atacou a vontade de repor – neste último quarto do ano – a publicação à disposição do público interessado.

E não digo mais nada…

domingo, 25 de setembro de 2016

O BANDOLEIRO "SACRIFICADO"


Volto ao tema do post anterior para apresentar mais três páginas do mesmo trabalho - a 78, 79 e 80 - formato A5.
A bandoleira resolveu assaltar a casa do administrador do concelho e, para entreter a criada (a única que se encontrava em casa e podia dar o alarme), mandou à frente o Casca, um dos do bando que tinha a rapariga como amante useiro e vezeiro em encontros anteriores do género. Só que, aquele em especial, era encontro de "serviço".



terça-feira, 20 de setembro de 2016

MARIA GUEDELHA - A ENDIABRADA


Aproveitando o balanço da Maria Feliz, fui fazendo uma história paralela - a preto e branco - com a Maria Guedelha, uma mulher que também chefiava um grupo de bandoleiros, baseada numa figura real dos anos 30.
Nestas três páginas, em formato A5, com vinhetas mais amplas, está parcialmente reproduzida a passagem em que o administrador do concelho, o regedor e alguns soldados de infantaria 12, a tentavam prender.


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

A IMAGEM REPARTIDA


A imagem que se vê acima foi feita há 32 anos para uma monografia que eu fiz com o João Portugal - "Aguiar da Beira, A História, A Terra e as Gentes" e repetida em outra monografia, que fiz a solo para o mesmo concelho, há  7 anos - "Aguiar da Beira -Monografia".


Só que, como se vê a seguir, essa imagem de cima foi recortada de outra onde também se viam uma idosa e uma jovem loura.
A explicação do recorte tem a ver com a utilização, há 19 anos, da imagem (ela própria recortada) da idosa e da jovem para a capa da 2ª edição de um outro livro, desta feita intitulado "Lendas Trancosanas", conforme a terceira imagem exposta.
Esta imagem repartida, com origem numa aguarela minha de 1984, para ilustrar uma lenda - "A Fraga do Medronheiro" - serviu assim para ilustrar duas monografias (uma de 1985 e outra de 2009) para, parcialmente figurar num outro trabalho meu, na capa.


Com isto quero dizer que a "saga" desta minha ilustração não fica por aqui, pois já estou a pensar levar à contracapa de outro trabalho a publicar, o recorte do queijeiro que se vê acima.
Não podia eu ter feito outras ilustrações? Podia, claro que podia. Mas deu-me para aqui, uma vez que decidi sobre obra da minha autoria e segundo o meu gosto espontâneo.

sábado, 17 de setembro de 2016

A MENINA E O LULU


Ainda do 3º volume da minha obra  "Contos de Amor e Drama" sai agora este que tem por título "A MENINA E O LULU. Possui um final inesperado, o qual não estará aqui disponível porque só revelo a primeira página. Que querem? É a vida!...


Como quem encontra o que quer, encontra tudo, a senhora foi logo direta ao assunto:
— O senhor é uma espécie de detetive que descobre pessoas desaparecidas?
— Procuro pessoas desaparecidas, sim. Descobri-las, por vezes, é um pouco mais difícil — respondi numa humildade pouco consentânea com os magros proventos da arte. — Além disso, tenho de contar com a concorrência dos parceiros televisivos Ponto de Encontro, Os Mais Procurados e Casos de Polícia.
— Ora, apenas me interessa que o senhor se encarregue do meu caso. Mais nada.
— E quem desapareceu à senhora? O marido, um filho, o velho pai alquebrado e senil?
— O meu cãozinho. O meu lulu Bolinhas, uma das criaturas mais adoráveis que conheci ao cimo da Terra.
Depois de me desassombrar, especulei sobre o desaparecido: uma bola branca, lavadinha e a cheirar a baunilha, tosquiada e com aqueles horrorosos berloques, tipo cordeiro-perneta, que abandonam os detritos malcheirosos pelas calçadas da cidade.
— Vai ver que o bicho entra pela porta quando menos esperar.
— O meu adorável bichano foi raptado!
Pior ainda. Quem se dava ao trabalho de raptar uma "coisa" daquelas? Eu, por exemplo, não o queria nem dado, pois mal tinha para a bucha, quanto mais para veterinários, salões de beleza género boutique du chien, perfumes e refeições que deviam custar o dobro das que eu pagava no restaurante da esquina.
— Dois energúmenos — continuou ela — que vinham numa mota, lançaram-se sobre o pobre bichano quando eu ia a sair do carro com ele ao colo. Ainda mandei o meu motorista em sua perseguição, mas o senhor sabe como são estes bandidos das motas.
Retirou da carteira uma foto do "botão de rosa" e passou-ma para as mãos, antes mesmo de eu recusar a entrada naquela missão canina. Não me enganei na aparência que teci mentalmente do canídeo. Decididamente não queria encontrar o mimalho! Ia dizer-lhe isso, ao mesmo tempo que lhe devolvia a foto, quando ela lançou para os meus tímpanos duas razões de peso que me levaram a reconsiderar: a primeira consistiu no valor astronómico da recompensa, que eu nunca me atrevi a debitar na procura de gente humana; a segunda foi o esclarecimento sobre a falta que o bicho fazia à menina, filha da senhora. Aceitei o encargo.
Depois de me inteirar de alguns pormenores relacionados com o lugar onde e o quando do rapto inopinado, acelerei o que pude para entregar o lulu vivo nas mãos das donas e receber o "taco", que me dava para gastar à grande. Nova luz surgiu no caso, quando a senhora me telefonou, dizendo-me que os raptores prometiam entregar a criatura, mediante uma quantia de monta.
Não me perguntem como, mas após umas visitas a essas lojas de animais, pareceu-me reunir alguns elementos que me conduziam aos mafiosos raptores de lulus de companhia. A cor da mota, a zona onde foi cometido o dislate e tudo o resto estavam a encaixar na pista que eu propunha aquecer. Tinha quase desvendado o imbróglio quanto ao paradeiro do bicho, logo havia de me aparecer aquela miúda, daquelas que nos conseguem fazer pensar em nada, a não ser nelas. Eu não sou muito desse género, mas acontece.
— Sei que não quer ser incomodado, mas não o farei perder tempo. Quanto quer o senhor para deixar de procurar o Bolinhas?
Fiquei parado a olhar para ela. Ofereciam-me dinheiro para encontrar o cão, logo depois uma outra proposta para deixar de o fazer. Fiquei intrigado.
— Está a referir-se a um lulu raptado por dois jagunços?
— Exato. O cão pertence-me.
— O mesmo afirmou outra senhora, de mais idade, em relação ao que julgo ser o mesmo animal.
— Essa senhora é minha mãe — afirmou, peremtória.
— Nesse caso, o cão também é da sua irmãzinha mais nova...
— O cão é só meu! Não tenho irmãzinha mais nova. 

terça-feira, 13 de setembro de 2016

OS CINCO PRESIDENTES


Como cartoonista do jornal "O Diabo" durante alguns anos, semanalmente publicava cartoons políticos (e não só), divertindo-me com as situações, procurando nas noticias que antecediam a saída do semanário - às terças-feiras - uma que me proporcionasse uma "charge", para preencher a metade inferior da página 3 sob a rubrica "Oh Diabo!..."
Em 6 de Agosto de 2002, saiu esta...

domingo, 28 de agosto de 2016

CAFÉ LITERÁRIO NA COVILHÃ


Por me ter sido permitido divulgar o cartaz, levo ao conhecimento dos Leitores deste blog que, no dia 13 de Setembro, estarei no Café Literário da Covilhã, evento periódico e cultural realizado pela Câmara Municipal da Covilhã.
O "Café Literário" constitui uma tertúlia na qual se apresenta um convidado para falar sobre temas da sua área cultural, cabendo-me a mim estar presente no dia anunciado, no Café Bar Miradouro.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

GRAVURAS MINHAS NA RTP


No dia 26 de Julho passou na RTP2 um excelente documentário, assinado pelo jornalista e investigador Dr. Jacinto Godinho, com o título "A PIDE Antes da PIDE". Trata-se de uma investigação muito criteriosa e bastante documentada, com recurso a documentos, fotos e entrevistas a intervenientes, de que se destaca uma a Emídio Santana (já falecido).
A pedido do jornalista, remeti algumas gravuras minhas extraídas do álbum "Registos Criminais" e da série que publiquei semanalmente no jornal "O Crime". Essas vinhetas serviram para ilustrar passagens do atentado a Salazar, uma vez que, para além das fotos da época, a BD serviu para "registar" acontecimentos que, como é óbvio, não tinham suporte fotográfico na acção que levou à deflagração da bomba na Avª Barbosa du Bocage.
Para os mais interessados em História, aconselho a que não percam este programa, que pode ser visionado através da internet em

http://www.rtp.pt/play/p2535/antes-da-pide

Ao Autor do documentário, o jornalista Jacinto Godinho (que chegou ao meu contacto através deste blog), os meus Parabéns.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

UM PRÓLOGO QUE DEIXEI NA GAVETA



Na primeira versão, e em outro formato, das aventuras de O Magriço, decidi colocar um prólogo onde ficcionei a entrega de um documento antigo para elaborar o trabalho. Nem tudo é ficção - o negócio, é - pois tive o desplante de me colocar nas vinhetas, encanecido, quando o meu cabelo, na altura, era preto com algumas cãs... e sem óculos, para disfarçar o narcisismo.
Como já publiquei a primeira parte das aventuras em outro formato e sob outros enquadramentos, este não saiu no trabalho, pois achei que a saga devia decorrer de "fio a pavio" tal e qual a imaginei no seu século.
Aproveitei, isso sim, algumas imagens de outros trabalhos inéditos, como é o caso do "Opel Olympia", retiradas de um série sob o genérico "Se o meu carro falasse..." e os fadistas que entraram noutra aventura, esta publicada num semanário sob o título "Crime na Alta Roda".
Ora, como as minhas gavetas não são fechadas à chave, dado que os seus valores estão nos trabalhos publicados, não publicados e a publicar, por que não trazer estas pranchas até aqui ?





sexta-feira, 29 de julho de 2016

LUA DE MEL NA ESCÓCIA



Do terceiro volume dos meus "Contos de Amor e Drama" extraí a primeira página de um dos contos aí publicados, que reproduzo a seguir. Trata-se de um conto publicado numa revista, há uns bons anitos, e gira à volta de um velho escocês excêntrico, cujo enredo e, principalmente o final, tem muito de imprevisto.
(Não estranhem estar a coisa pelo actual acordo ortográfico, pois correspondi apenas à lei; coisa que não faço neste blog).


Terminada a cerimónia do casamento na pequena igreja, Lígia passou os braços em torno do pescoço de Dário e ofereceu-lhe a boca, húmida de desejo. Quando os lábios de ambos se tocaram, o recém-casado recebeu uma sensação de fogo, ao mesmo tempo que sentia, contra o seu, o corpo da desposada. Ainda se beijavam quando o padrinho dele se aproximou, privando-os da intimidade com um ligeiro pigarrear.
— Oh... Desculpem — disse. — Conforme prometi, é chegada a altura para vos revelar onde será a lua de mel misteriosa.
Ambos balançaram a cabeça. O padrinho tinha-lhes prometido o pagamento integral das despesas com a lua de mel, reservando-se apenas a guarda do mistério até ao dia do casamento. Finalmente, ia desvendá-lo.
— O Dário sempre mostrou interesse por castelos. Vai daí deitar-me a pensar: que tal oferecer-lhe a lua de mel num autêntico e antigo castelo da Escócia?
Lígia soltou um gritinho de satisfação e Dário abriu a boca num sorriso grato.
— Trata-se de um bonito e imponente castelo do século XIV — continuou o padrinho — autêntico baluarte situado junto a uma falésia de Mull, na sombria ilha das Hébridas. É um castelo típico da Escócia, rodeado por uma paisagem maravilhosa, repleto de armaduras, brasões e história, pois foi destruído e construído uma meia dúzia de vezes. Eis a concretização da oferta que vos faço com agrado. Tem apenas um senão...
— Como o quê, por exemplo? — estranhou Dário.
— O proprietário é um velho amigo chamado Gregory MacLean, que me deve alguns favores e com quem tenho negócios relacionados com os lanifícios de tweed. No entanto, trata-se de um velho excêntrico, que não gosta de ser contrariado e que não nutre especial simpatia por médicos.
— É o ideal para meu anfitrião — sorriu o afilhado. — Sou médico.
— Isso pouco importará, pois sei que ele vai receber-vos condignamente, conforme combinámos. Porém, não o contradigas em nada, nem andes por lá a meter os pés pelas mãos.
Três dias depois, Gregory recebeu os convidados com o ar de condescendência dum aristocrata que estava habituado a ser obedecido e a não saber o que é obedecer. Trajava a saia com as cores do seu clã e meias brancas até ao joelho. Uma bengala de mogno parecia ser o símbolo da sua autoridade.
— Sei muito bem qual é a sua profissão — começou MacLean por dizer, após as apresentações — embora isso não interfira nas nossas amistosas relações, desde que não queira interferir na minha saúde, aliás precária. E há uma outra condição...
— Condição?!
— Sim. Tem a ver com a pessoa que me vem frequentemente tratar: atua como médico, mas não é licenciado em Medicina.
— Não tenho nada a intrometer-me nesse particular, sir, muito embora estranhe essa atitude.
— Não estranhe. Por exemplo, Pasteur não era médico e conseguiu o tratamento para a raiva, o qual só pôde administrar na condição de ser ajudado por médicos, para não ser processado e preso. 

terça-feira, 19 de julho de 2016

A BANDOLEIRA FELIZ - A LÁPIS DE COR (3)


Ainda sobre o trabalho que ontem retomei neste blog, regresso hoje com as duas primeiras páginas desta obra, recentemente iniciadas e quase acabadas. Isto significa que entre as páginas mais adiante e estas primeiras existe um hiato no tempo de mais de 15 anos, o que significa uma alteração ao trabalho original que, como já disse, se encontra inconclusivo e sujeito a estes acrescentos.
Dá-me prazer desenhar - mesmo que não objective publicação - pelo que vou idealizando a história conforme a imaginação correr, não tomando apontamentos nem quaisquer outros rabiscos ou sinopses. Tenho a história na cabeça e, por vezes, à medida que a vou passando ao papel, através do desenho, entro por outros atalhos.
Por quê a cor através do lápis?
Pela simples razão que, ao contrário do que se julga, os lápis de cor permitem nuances e misturas por sobreposição, com a facilidade de traçarem linhas finas em complemento do desenho.


Esta técnica que eu idealizei à minha maneira permite-me passar do esquiço a lápis primário para o resultado final, sem mais subterfúgios ou tratamentos, conforme se pode ver na prancha dois.
Ou seja:
- uma folha de papel normalíssima, se possível com gramagem acima de 80 g
- enquadramentos a caneta, sem régua
- desenho segundo o engenho e arte, de acordo com a história programada (ou nem isso)
- colorir com lápis de cor, deixando os traços do lápis primário para posterior passagem a caneta
- passagem a caneta de cor preta nos contornos, emendando alguns pormenores ou acrescentando outros
- finalizar, a gosto e q.b. no photoshop ou no MGI photosuite em "adjustements" para o que se quiser: hue/saturation/; color/balance, etc.
- aplicar em computador ou por colagem a balonagem e a didascália, Se se pretender fazer à mão, na prancha, deve ser testado previamente o espaço  e colocado nele, a preto, todo o texto.

Como sou um amador, testo muitas possibilidades. Partilhar com quem quiser testar deste ou de outro modo, é a forma que tenho de comparticipar nesta arte.

Finalmente, a segunda prancha já terminada na quarta vinheta e algumas modificações de cor na terceira.




segunda-feira, 18 de julho de 2016

A BANDOLEIRA FELIZ - A LÁPIS DE COR (2)



Em 24 de Janeiro de 2013 coloquei aqui um post sobre este trabalho (inconclusivo, para já), que constitui uma abordagem diferente da que costumo utilizar para colorir. Então coloquei lá três pranchas, pelo que hoje coloco outras duas.
Então deixei escrito o seguinte:

"A Banda Desenhada tem a particularidade de ser feita através dos meios mais diversos, com as técnicas mais ou menos sofisticadas, com o suporte que permite variadas opções.
É o caso que ora trago aqui em três pranchas. 
"Trata-se de uma adaptação de uma publicação que fiz no jornal "O Crime" - já lá vão uns anitos - e que, logo a seguir, decidi colorir para mim, não concluindo. O mais curioso é que decalquei os meus desenhos em papel IOR de 80 gramas, desenhei a lápis e colori com lápis de cor (esses mesmo, os que usam na escola primária), passando os contornos a preto, no final. Depois foi só colar as legendas. Nada mais simples; técnica acessível a qualquer principiante.
"As três pranchas que trago para amostra não são seguidas, pois apenas fiz a experiência, pintando quatro, do todo."

De vez em quando, para desenfastiar, volto a este trabalho e continuo com o lápis de cor, lembrando-me que foi com esta técnica que iniciei as primeiras e particulares produções na BD.


segunda-feira, 27 de junho de 2016

O REGICÍDIO


Há uns bons anos atrás, publiquei no jornal "O Crime" o regicídio que vitimou o rei D. Carlos e - a curto prazo - a própria monarquia. Tempos depois, deu-me para "compor" as imagens, começando propriamente por aquelas que estão quase no fim desse trabalho. Passados anos, vou encontrar estas quatro pranchas, ainda sem o "apagar do lápis", sem texto nos balões e legendagem (didascálias), mas que, mesmo sem elas, a leitura desta cena decorre (suponho eu) com inteira compreensão.