sábado, 17 de junho de 2017

JOSÉ DO TELHADO - NOVA ABORDAGEM

Já trouxe a este espaço o tema deste bandoleiro português, para o qual fiz, em tempos, um trabalho de uma página semanal para um jornal da capital.
Já alterei os enquadramentos da série, não sei quantas vezes, impondo-se esse exercício de paciência através da apetência por novos formatos.
Desta vez, lá vem o eterno A5 - entre duas e cinco vinhetas por páginas - adoptando os desenhos publicados no semanário, enquadrando-os de forma a não incompatibilizar, o cerne do que então fiz, com a adopção de novas vinhetas.

O desenho de traço espontâneo mantive-o, tanto mais que, por ser do meu âmago, deixava para o limite o acabamento das pranchas semanais, o que não se coadunava com mais perfeição. Hoje podia melhorar o aspecto gráfico, mas acho graça a esta forma de desenvolvimento plástico.

Voltei para actualizar este "post", colocando aqui o desenho aguarelado com o auto-retrato do autor (que sou eu), baseado numa fotografia dessa pose marcial. Como facilmente se verifica, esta pintura serviu de base para a gravura do José do Telhado no projecto de capa acima exposto.
Trata-se de um desenho com alguns anos, quando ainda tinha outros óculos, o cabelo mais escuro e, obviamente, menos idade.
A primeira imagem desta nova abordagem - e única como vinheta inteira de página - não pertence à edição original deste trabalho, mas que encaixa neste como abertura.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

PRÉMIO GICAV BD


Foi neste sábado passado, dia 3, que decorreu, na Aula Magna do IPV de Viseu, a 25ª Edição  dos Prémios da Revista ANIM'ARTE, relativos ao ano de 2016. Estes galardões são  um reconhecimento público do trabalho realizado por todo o tipo de agentes culturais, institucionais e desportivos.
O Júri teve a cortesia de me comunicar, bem antecipadamente, primeiro por telefone e depois por escrito, que me tinha sido atribuído o galardão relativo à BD, um reconhecimento público da obra que tenho publicada. Não divulguei a distinção, tanto mais que me propus reservar essa consideração para quem de direito, no momento oportuno e no lugar próprio.
Na breve intervenção que tive o ensejo de proferir, para além de agradecer ao Júri a distinção, bem como à promotora revista ANIM'ARTE do GICAV (Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu), achei por bem realçar e prestigiar esta forma de arte comunicativa (que se diz 9ª arte quando, de facto, foi a 1ª, precedendo a escrita, uma vez que na pré-história se narrava através da sequência desenhada), contando até um breve episódio que se passou comigo.
Numa ocasião em que fui apresentado a uma figura pública como um autor de livros, mormente de ficção e de História, incluindo também obras de banda desenhada, a figura arqueou as sobrancelhas e inquiriu, dirigindo-se-me com alguma perplexidade:
- O senhor faz banda desenhada! A sério?...
Eu respondi:
- Não. Apenas faço banda desenhada, a brincar; os leitores é que a levam a sério.
Sobre o desenho e a escrita, achei por bem dizer que o próprio A que consta do galardão começou por ser o desenho fenício da cabeça de um touro (o Aleppo sírio, que corresponde ao aleph do alfabeto hebreu, etrusco e romano/cirílico) antes de se transformar na primeira letra do alfabeto latino.
Reparem bem na forma em V da cabeça de touro, atravessada pelos chifres,
Aleph fenício
com evolução através dos tempos de forma a rodar e ficar como hoje a encontramos.
É caso para dizer que, quando escrevemos, estamos a desenhar figuras de animais e objectos do quotidiano ancestral.

Ilustro esta informação com uma fotografia do troféu e uma outra, tirada pelo meu amigo Agostinho Barreiros, através do telemóvel.