quinta-feira, 29 de setembro de 2016

NOVO ALMANAQUE "O BANDARRA"

O Almanaque O Bandarra regressou. O último O Bandarra – Almanaque Anuário de Trancoso saiu no ano de 2003, depois de uma aventura anual que teve início em 1988. Com o interregno do ano de 1991 (altura em que não foi publicado) aquele anuário preenche, assim, qualquer estante com as quinze lombadas, cada uma comportando mais de duas centenas de páginas.
Por vontade própria – e não por circunstâncias adversas ou terceiras decisões – decidi terminar com essa publicação e mantive o hiato durante treze anos. Não havia disponibilidade para investigações e pesquisas novas, buscas em arquivos, artigos de índole regional e local que fossem a chama da obra e a tornassem, no mínimo, essencial para os leitores ávidos e interessados e até para repositório de temas subsidiários a outros trabalhos monográficos.
Regresso agora. Sem que fosse instado a fazê-lo – embora algumas pessoas tenham manifestado o desejo de verem a continuidade da obra – sem procurar qualquer prebenda ou lucro pela apresentação da obra feita e editada. Tenho, isso sim, um arquivo mais bem apetrechado de investigação e recolha documental, que me permite, por mim só (se mais não houver interessados colaboradores) sustentar com assuntos locais a continuidade da série, nesta segunda que ora começa, mau grado adoptar, a contragosto, o famigerado Novo Acordo Ortográfico, coisa que não faço aqui.
Propus alterar o figurino. Desde logo através da periodicidade, que passou de um volume anual para quatro trimestrais, o que oferece a possibilidade de actualizar, na sequência, qualquer assunto que pretenda ver tratado e aumentar de 220 páginas para 800 anuais, possibilitando a sua aquisição mais suave. Depois, pelo formato, que se reduz para um A5 convencional, retirando-lhe a cor para embaratecer o produto e colocá-lo à disposição de qualquer bolsa. Finalmente pelos assuntos, que não procuram os “fait-divers” (julgo eu) para encher volume.
Comecei pelo quarto trimestre de 2016; sem motivo especial, é bom esclarecer, tão só porque me atacou a vontade de repor – neste último quarto do ano – a publicação à disposição do público interessado.

E não digo mais nada…

domingo, 25 de setembro de 2016

O BANDOLEIRO "SACRIFICADO"


Volto ao tema do post anterior para apresentar mais três páginas do mesmo trabalho - a 78, 79 e 80 - formato A5.
A bandoleira resolveu assaltar a casa do administrador do concelho e, para entreter a criada (a única que se encontrava em casa e podia dar o alarme), mandou à frente o Casca, um dos do bando que tinha a rapariga como amante useiro e vezeiro em encontros anteriores do género. Só que, aquele em especial, era encontro de "serviço".



terça-feira, 20 de setembro de 2016

MARIA GUEDELHA - A ENDIABRADA


Aproveitando o balanço da Maria Feliz, fui fazendo uma história paralela - a preto e branco - com a Maria Guedelha, uma mulher que também chefiava um grupo de bandoleiros, baseada numa figura real dos anos 30.
Nestas três páginas, em formato A5, com vinhetas mais amplas, está parcialmente reproduzida a passagem em que o administrador do concelho, o regedor e alguns soldados de infantaria 12, a tentavam prender.


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

A IMAGEM REPARTIDA


A imagem que se vê acima foi feita há 32 anos para uma monografia que eu fiz com o João Portugal - "Aguiar da Beira, A História, A Terra e as Gentes" e repetida em outra monografia, que fiz a solo para o mesmo concelho, há  7 anos - "Aguiar da Beira -Monografia".


Só que, como se vê a seguir, essa imagem de cima foi recortada de outra onde também se viam uma idosa e uma jovem loura.
A explicação do recorte tem a ver com a utilização, há 19 anos, da imagem (ela própria recortada) da idosa e da jovem para a capa da 2ª edição de um outro livro, desta feita intitulado "Lendas Trancosanas", conforme a terceira imagem exposta.
Esta imagem repartida, com origem numa aguarela minha de 1984, para ilustrar uma lenda - "A Fraga do Medronheiro" - serviu assim para ilustrar duas monografias (uma de 1985 e outra de 2009) para, parcialmente figurar num outro trabalho meu, na capa.


Com isto quero dizer que a "saga" desta minha ilustração não fica por aqui, pois já estou a pensar levar à contracapa de outro trabalho a publicar, o recorte do queijeiro que se vê acima.
Não podia eu ter feito outras ilustrações? Podia, claro que podia. Mas deu-me para aqui, uma vez que decidi sobre obra da minha autoria e segundo o meu gosto espontâneo.

sábado, 17 de setembro de 2016

A MENINA E O LULU


Ainda do 3º volume da minha obra  "Contos de Amor e Drama" sai agora este que tem por título "A MENINA E O LULU. Possui um final inesperado, o qual não estará aqui disponível porque só revelo a primeira página. Que querem? É a vida!...


Como quem encontra o que quer, encontra tudo, a senhora foi logo direta ao assunto:
— O senhor é uma espécie de detetive que descobre pessoas desaparecidas?
— Procuro pessoas desaparecidas, sim. Descobri-las, por vezes, é um pouco mais difícil — respondi numa humildade pouco consentânea com os magros proventos da arte. — Além disso, tenho de contar com a concorrência dos parceiros televisivos Ponto de Encontro, Os Mais Procurados e Casos de Polícia.
— Ora, apenas me interessa que o senhor se encarregue do meu caso. Mais nada.
— E quem desapareceu à senhora? O marido, um filho, o velho pai alquebrado e senil?
— O meu cãozinho. O meu lulu Bolinhas, uma das criaturas mais adoráveis que conheci ao cimo da Terra.
Depois de me desassombrar, especulei sobre o desaparecido: uma bola branca, lavadinha e a cheirar a baunilha, tosquiada e com aqueles horrorosos berloques, tipo cordeiro-perneta, que abandonam os detritos malcheirosos pelas calçadas da cidade.
— Vai ver que o bicho entra pela porta quando menos esperar.
— O meu adorável bichano foi raptado!
Pior ainda. Quem se dava ao trabalho de raptar uma "coisa" daquelas? Eu, por exemplo, não o queria nem dado, pois mal tinha para a bucha, quanto mais para veterinários, salões de beleza género boutique du chien, perfumes e refeições que deviam custar o dobro das que eu pagava no restaurante da esquina.
— Dois energúmenos — continuou ela — que vinham numa mota, lançaram-se sobre o pobre bichano quando eu ia a sair do carro com ele ao colo. Ainda mandei o meu motorista em sua perseguição, mas o senhor sabe como são estes bandidos das motas.
Retirou da carteira uma foto do "botão de rosa" e passou-ma para as mãos, antes mesmo de eu recusar a entrada naquela missão canina. Não me enganei na aparência que teci mentalmente do canídeo. Decididamente não queria encontrar o mimalho! Ia dizer-lhe isso, ao mesmo tempo que lhe devolvia a foto, quando ela lançou para os meus tímpanos duas razões de peso que me levaram a reconsiderar: a primeira consistiu no valor astronómico da recompensa, que eu nunca me atrevi a debitar na procura de gente humana; a segunda foi o esclarecimento sobre a falta que o bicho fazia à menina, filha da senhora. Aceitei o encargo.
Depois de me inteirar de alguns pormenores relacionados com o lugar onde e o quando do rapto inopinado, acelerei o que pude para entregar o lulu vivo nas mãos das donas e receber o "taco", que me dava para gastar à grande. Nova luz surgiu no caso, quando a senhora me telefonou, dizendo-me que os raptores prometiam entregar a criatura, mediante uma quantia de monta.
Não me perguntem como, mas após umas visitas a essas lojas de animais, pareceu-me reunir alguns elementos que me conduziam aos mafiosos raptores de lulus de companhia. A cor da mota, a zona onde foi cometido o dislate e tudo o resto estavam a encaixar na pista que eu propunha aquecer. Tinha quase desvendado o imbróglio quanto ao paradeiro do bicho, logo havia de me aparecer aquela miúda, daquelas que nos conseguem fazer pensar em nada, a não ser nelas. Eu não sou muito desse género, mas acontece.
— Sei que não quer ser incomodado, mas não o farei perder tempo. Quanto quer o senhor para deixar de procurar o Bolinhas?
Fiquei parado a olhar para ela. Ofereciam-me dinheiro para encontrar o cão, logo depois uma outra proposta para deixar de o fazer. Fiquei intrigado.
— Está a referir-se a um lulu raptado por dois jagunços?
— Exato. O cão pertence-me.
— O mesmo afirmou outra senhora, de mais idade, em relação ao que julgo ser o mesmo animal.
— Essa senhora é minha mãe — afirmou, peremtória.
— Nesse caso, o cão também é da sua irmãzinha mais nova...
— O cão é só meu! Não tenho irmãzinha mais nova. 

terça-feira, 13 de setembro de 2016

OS CINCO PRESIDENTES


Como cartoonista do jornal "O Diabo" durante alguns anos, semanalmente publicava cartoons políticos (e não só), divertindo-me com as situações, procurando nas noticias que antecediam a saída do semanário - às terças-feiras - uma que me proporcionasse uma "charge", para preencher a metade inferior da página 3 sob a rubrica "Oh Diabo!..."
Em 6 de Agosto de 2002, saiu esta...