domingo, 30 de novembro de 2014

LENDAS

Na sequência da peça colocada anteriormente, e ainda no campo das publicações por mim editadas sob a chancela "O Bandarra", aqui vem este livro que está também esgotado há muito, pois ao fim de dois meses já não havia stock (1.000 exemplares, de texto, com desenhos a cores e a p/b, impresso em papel IOR 90 gr., cosido à linha), e do qual, como é meu hábito, não pretendo fazer nova edição.
Trata-se também de um trabalho de campo, de recolha oral - e também bibliográfica - e tem 31 lendas, o que, para um concelho, já é bastante, uma vez que algumas estavam em risco de se perder na memória dos que partem.
O miolo tem uma ilustração de página, a preto e branco, para cada uma das lendas, e tem um caderno intercalar, em papel couché, com ilustrações a cores, mistas de desenho e foto, com a particularidade de serem montadas com tesoura e cola (à falta de photoshop ou outra ajuda análoga).



sábado, 29 de novembro de 2014

CRENDICES E SUPERSTIÇÕES

 
 
Quando não escrevo nem desenho, investigo para fazer uma coisa ou outra. De entre todas as formas de recolha de elementos, a pesquisa de campo é a minha preferida, designadamente quando procuro ruínas, vestígios do passado ou pretendo recolher o património cultural imaterial do povo.
Há uns bons anos atrás - cerca de 25 - deitei mãos a esta tarefa para colectar material que publicasse numa colecção que estava para encetar, então em parceria com o município.





 
 
Daí saíram três edições de mil exemplares cada, relativamente ao assunto em epígrafe - "Crendices e Superstições Trancosanas", que na primeira das edições se intitulava "Crendices e Superstições - no concelho de Trancoso".
A primeira edição publicou-se em formato de livro, abrindo uma colecção de livros com o tema "Cadernos de Trancoso", de que saíram sete títulos. Desta publicou-se mais uma edição, precisamente igual, apenas tendo mudado o aspecto da capa, que de cartão "cromocard" sem plasticização, passou a tê-la. Entre as duas, e nas edições que editei sob a chancela "O Bandarra" (de que saíram mais de duas dezenas de livros, incluindo o "Almanaque O Bandarra), mudei o formato e a capa, acresentando outras recolhas no miolo da obra, evidentemente ilustrada com desenhos e fotografias.
As três edições têm a particularidade de, na encadernação, serem cosidas à linha em vez da comum forma de colagem a quente. Os livros podem ser escandarados, que não rebentam.
Todas as edições estão esgotadas e eu, na minha teimosia de sempre, tenho recusado algumas sugestões que visam precisamente repor a obra, mesmo que não seja actualizada ou ampliada.
Trago aqui estas duas capas e este título porque pretendo fazer, neste espaço, um repositório do que fui editando.




domingo, 16 de novembro de 2014

O AUTOR DIVERTE-SE

Sim, é verdade. Acontece comigo. Se não houvesse alegria no que escrevo e no que desenho, não o faria. Os meus rendimentos têm outra fonte e essa bastaria. A BD, por exemplo, requer alguma disponibilidade e pachorra, coisa que não me tem faltado.
Por isso, principalmente por isso, nem tudo o que faço se destina à publicação em forma de papel impresso, como é o caso de algumas das adaptações que fiz em BD de livros escritos por mim, alguns deles já publicados, como é o caso do "Mangas de Alpaca", referido no post de 3 de Novembro.
Aí publiquei algumas pranchas coloridas, de entre as quais, a última, retorna a este post para exibir a alteração que lhe fiz, adaptando-a a outro formato e "deturpando a imagem" , à guisa daqueles espelhos da Feira Popular, côncavos e convexos, que ora nos "fazem" magros como espeques de feijoeiro, ora gordos como o Frei João Sem Cuidados.
Como então disse - e repito - segui o traço de Miguelanxo Prado, a sua forma caricatural de retratar o pequeno-burguês e os seus tiques.
Uma das passagens desse livro - e destas pranchas - prende-se com um caso real, que eu ficcionei nessa obra, e que reproduzo parcialmente.
Repare-se que há ~textos que têm gralhas, como é o caso de "avivelou" por "afivelou" e "desa" por "dessa", mas isso é facilmente suprível com a tecnologia digital, que vou dominando. Só dei conta da "ave gralhuda" depois de colocar o post e reedito sem corrigir. Nestas coisas não pode haver "stress".






quinta-feira, 13 de novembro de 2014

"O MALHADINHAS"



 
 
Na postagem anterior, referi-me a trabalhos que vou fazendo para publicar "por mim próprio", uma vez que sou também editor (autor-editor) e estou inscrito na APEL (Asociação Portuguesa de Editores e Livreiros).
Ora, tenho de dizer que nem todos os trabalhos publicarei, porque: uns estão incompletos e acabou-se a pachorra para os concluir; outros não têm mercado que os absorva - e eu não abdico de edições abaixo de meio milhar de exemplares ( emprego a palavra "milhar" porque ainda há quem a confunda com "milhão"); outros não me é permitido publicar, porque há direitos que têm de ser respeitados... E eu respeito-os.
No último caso está "O Malhadinhas", obra que orcei em cerca de 230 pranchas e das quais concluí 114. Os direitos estão com a Bertrand e eu, que lhes comuniquei o trabalho, nem sequer recebi resposta apreciativa ou depreciativa, mesmo sequer se tinham recebido a proposta e, caso afirmativo, se alguém a leu antes de a eliminar com um mero clic. 
As quatro pranchas acima - que ilustram a cena da taberna - não tem qualquer tratamento digital, foi toda realizada em papel, com as legendas coladas. Acontece que, uma parte do trabalho, cerca de 20 pranchas, levei-as ao computador para colorir e o resultado não me agradou de todo. O exemplo a seguir é um dos vinte.


 
 
Este meu blogue é, por assim dizer, a montra daquilo que fiz, do que faço e do que vou fazendo, como se se tratasse da catarse de obras que condenei e me condenaram a um mero exercício de paciência e prazer, de que não abdico, quer sejam ou não passadas ao prelo.



segunda-feira, 3 de novembro de 2014

MANGAS DE ALPACA




 
 
Em 1986 estive doente e "caí" à cama durante quinze dias, aproveitando a convalescença da última das duas semanas para escrever uma novela. Essa mesma foi levada à estampa e distribuídos os seus 2.000 exemplares pela Bertrand. Não era banda desenhada; antes um livro de texto, de que nem sequer a capa era da minha autoria.
Ora, anos volvidos após essa publicação, em altura de defeso, decidi passar a banda desenhada algumas das passagens, uma vez que o livro - apropriado a uma adaptação teatral, dadas as suas características cómicas - tinha várias situações que colocavam em evidência algum funcionalismo público pós-25 de Abril.

Influenciado pelo traço caricatural de Miguelanxo Prado, "brinquei" com duas ou três dessas passagens, uma das quais tenho incompleta nas quatro pranchas acima e a outra, apenas o seu início na prancha a seguir.
Nunca dei em publicar esta "brincadeira" desenhada retirada do meu livro, porque não completei em banda desenhada o que corresponde ao texto dese livro, justamente intitulado "Mangas de Alpaca", todo ele pleno de humor (na minha opinião), onde não faltou a cacofonia dos nomes e apelidos sob pronúncia (exemplo: Amilcar Alho).
Lembrei-me de trazer isto aqui pelo prazer que me dá publicar o impublicável, por forma a justificar o trabalho que me levou a fazê-lo. Sempre admirei o traço do Prado e quis, desta forma, imitá-lo.
Mais me rendeu imitar o traço de Morris na RTP, onde 5 minutos a desenhar o Lucky Luke e os Dalton me rendeu, em 1988, cerca de 400 contos.