domingo, 15 de dezembro de 2013

A VIÚVA DO ENFORCADO - FUNDÃO

 
 
Foi em 2003. Já lá vão 10 anos!
Para a Câmara Municipal do Fundão, e através das Edições Época d'Ouro de Carlos Costa, executei o álbum "A Viúva do Enforcado", era então presidente do município o dr. Manuel Frexes.
Esta obra levou-me a uma intensa pesquisa, não só na obra de Camilo Castelo Branco, uma das "Novelas do Minho", pois a viúva era natural do Norte, enquanto o enforcado, herói e vilão, era do Fundão, como também sobre os cenários onde decorreu a acção - Portugal e Espanha.
Trata-se de uma história verídica, dramática e pungente, que retrata o desventurado estudante António Maria das Neves Carneiro, envolvido na emboscada que o grupo estudantil revolucionário "Os Divodignos", levou a cabo contra os Lentes da Universidade.


 
Fugido à Justiça portuguesa, o estudante refugia-se em Zarza, onde conheceu e namorou a filha do alcaide, Inês de Valderas. No entanto, na mesma terra encontrava-se homiziada uma compatriota, Teresa de Jesus Pereira, de Guimarães, e ambos se perderam de amores, acabando por casar, deixando a espanholita sem noivo e o pai dela "à beira de um ataque de nervos". Daí à vingança do alcaide, foi um nada: entregou o fugitivo estudante às autoridades portuguesas, que logo trataram de fazer cumprir a pena, colocando-lhe uma corda à volta do pescoço.
Para este trabalho - que me vi na necessidade de corrigir, face a alguns pormenores do património monumental, obrigatoriamente reportado à traça da época - contei com a prestimosa e atenta colaboração do Dr. João Mendes Rosa, Historiador do Fundão, que tratou também do prefácio.
No lançamento deste álbum, que decorreu no Salão Nobre do município, era para estar o Dr. Hermano Saraiva, o qual foi substituído por outro historiador.O curioso é que, passados alguns anos (talvez 5), na altura em que me encontrei com o dr. Hermano Saraiva por ocasião de recolha de informações históricas para a realização de um dos seus programas televisivos, indaguei sobre as razões que levaram este insigne homem de comunicação e historiador, a não aceitar apresentar a obra. Com a simpatia que lhe era habitual, disse-me que não era sua intenção apresentar um livro sobre um homem que "fez o que fez", foi foragido e foi condenado à forca.
Enfim, são episódios curiosos, que se circunscrevem à margem do trabalho, e que eu admito legítimos e justificados por parte do dr. Hermano Saraiva. No entanto, quero dizer que, lendo a banda desenhada e o texto de Camilo Castelo Branco, sabendo as circunstâncias em que ocorreu o crime dos Lentes em Condeixa e o facto de o estudante António Carneiro não ter puxado o gatilho, parece-me que a divulgação deste drama não deixa ninguém indiferente, mormente porque o jovem pactuou com a emboscada em prol da causa Liberal e lutou por uma causa, pagando pelas suas ideias liberais.
Deixo aqui o resultado pouco eficiente do "scanner" da capa (que é ligeiramente superior ao A4 no original e o meu aparelho á limitado a este formato), da contracapa e da página 13.


 


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

SKETCHBOOK - BUARCOS


Quando ando por aqui ou por ali, faço-me acompanhar de um sketchbook e de um reduzido estojo de acessórios. São eles a minha máquina fotográfica, mais lenta, mais apetecível e mais criativa.
Poderão dizer: não podia ele tirar a fotografia e, através dela, desenhar e pintar em casa?



Não, não é a mesma coisa. É como mandar vir um sushi do Japão e comê-lo aqui, em casa. O prazer está nos momentos, na criação da paisagem e dos monumentos, no espaço disponível a todos os enquadramentos.
Com a máquina, carregamos no botão e viramos costas. Não vimos nada, não usufruimos de coisa alguma. Com esta arte, estamos a reconstruir, ponto por ponto, o objectivo e a vê-lo crescer, como arquitectos, como construtores de catedrais, como criadores da Natureza. É o poder inimaginável da criação. Não há moeda que pague tal prazer!



Há, depois disso tudo, as recordações deses momentos que, por serem mágicos, permanecem na memória como se fossem passados ontem: os cheiros; o ambiente; as pessoas que passam (quando é em lugar público), dão uma vista de olhos e trocam comentários e apreciações.
Sim, é isso mesmo. Nos momentos de magia em que temos diante de nós o sketchbook sem cavalete, sentados na areia ou na relva, numa esplanada de café, numa piscina de hotel ou com os pés na água, não há mais nada a usufruir de belo e de saudável.
Aqui ficam algumas das imagens que estão neste pequeno álbum, feitas durante umas breves férias em Buarcos, há uns anos atrás, com minha mulher. Ao revê-los e ao expô-los, regresso lá, no tempo e no espaço. E mitigo saudades.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

LANÇAMENTO DE "A MULHER QUE SABIA TUDO"

 
 


Pois ele aí vem…
Aproveito o “press release” para deixar aqui a pré-notícia do lançamento.
Decorrerá no auditório do Pavilhão Multiusos de Trancoso, pelas 16,30 H do dia 7 de Dezembro, o lançamento do livro “A MULHER QUE SABIA TUDO”, da autoria de Santos Costa, escritor e investigador de Trancoso. A obra será apresentada pelo Dr. Fernando de Jesus Anciães, ex-director distrital de finanças da Guarda.
Trata-se de um livro de ficção, caracterizado como policial, que pretende também promover a imagem expedita dos funcionários dos impostos, neste caso os inspectores tributários, uma vez que o personagem, envolvido acidentalmente numa investigação criminal, acaba por descobrir os culpados. Ora, o que tem isto de difícil, sabendo que a inspecção tributária, que se manifesta na descoberta de crimes fiscais, consegue detectar casos mais intrincados nas escritas mais abstrusas e dissimuladas?
Disse um anterior director geral dos impostos (que é agora ministro da Saúde), numa reunião que teve, em Lisboa, com os chefes dos serviços, o seguinte: "Até ser director-geral desta casa, não sabia que alguém pudesse fazer várias coisas ao mesmo tempo. Os funcionários dos impostos, podem."
O livro está escrito com um humor sadio e desenvolve-se a um ritmo frenético, pois o seu enredo tem lugar na actualidade. Em “A Mulher que Sabia Tudo”, Santos Costa dá largas à imaginação e percorre, com o seu “colega” de profissão, uma teia de encontros e desencontros, verdades, meias verdades e mentiras, para levar a personagem a uma conclusão: a mulher sabia tudo. Não seria para admirar, pensará o leitor após a leitura do livro, pois, por vezes, as mulheres até sabem demais (esta expressão foi oferecida pelo meu Amigo Jorge Magalhães).
Olhem, é o primeiro livro policial deste autor que assina também neste blog...

 Sinopse:
Um sequestro, um morto, uma mulher bonita e uma estação do metro, são os ingredientes iniciais para um funcionário das Finanças se ver enredado numa teia que nada tem a ver com impostos. Pelo meio, um intrincado naipe de suspeitos de um crime, cujos predicados não formavam um concentrado de bondade, a que não faltou uma frenética busca de luxúria, volúpia e êxtase.
Ao investigar a morte de um rico industrial e de uma tentativa frustrada de assassinato, naturalmente fora do âmbito das suas faculdades profissionais, mas forçado pelas circunstâncias, o trabalhador dos impostos viu-se a interrogar uma série de suspeitos. Teve de recorrer a alguns subterfúgios e outras manhas, que não constam dos compêndios da arte de tributar, e correu o risco de abandonar a cena numa maca do 112.
Tudo começou num dia em que a meteorologia previa céu muito nublado e aguaceiros. Para o nosso técnico fiscal, armado em detective policial, aquele não tinha sido um dos seus dias felizes. Envolvido nesta aventura, o inspector tributário, expondo o corpinho ao manifesto, podia gabar-se de ter sido parvo uma vez na vida… e foi esta. Parvoíce que o sujeitava a pagar um preço muito alto, com IVA incluído.

 
Para quem aprecia a simbiose da música com a escrita, ouso recomendar a canção HURRICANE dos “Thirty Seconds to Mars”, encontrada, por exemplo, aqui - http://www.youtube.com/watch?v=BQJpSUEpuRg. É esta que eu enquadro nesta minha obra de ficção.
Para os que não receberam convite – e nem é preciso recebê-lo ou apresentá-lo, mesmo para o coffee-break – deixo-o também pregado nesta página.



domingo, 1 de dezembro de 2013

EDITORA GATO NEGRO PUBLICA O MAGRIÇO

É isso mesmo. "O Magriço" tem editora, só é novidade para quem não leu os meus anteriores posts. Há, porém, que esclarecer que o editor sou eu, com uma chancela apropriada, uma vez que  há mais de 20 anos que tenho o ISBN (International Standard Book Number) de editor e estou registado na APEL (Associação Portuguesa de Editores e Livreiros). Nos registos, o prefixo: 972-95690.
Repare-se que o "layout" da capa do livro já lá tem o "selo" - um gato preto com bigodes.
 
 
Há um ditado que diz: "quem quer casar sempre casou, se não com quem quer, com quem achou". Este aforismo aplica-se aos autores que pirangam à porta dos editores e se queixam que as obras ficam por lá a ganhar teias de aranha nalgum arquivo de originais. Isso já me aconteceu com uma obra em prosa, com tal sorte que, passado grande lapso de tempo, até eu me tinha esquecido que a tinha remetido quando recebi um "não" acompanhado da delicadeza do costume.  Dias depois, tinha o livro na gráfica e publiquei-o eu. Já lá vão quatro edições e quase dois milhares e meio de exemplares (milhar soa sempre melhor do que mil).
Ora, eu não propus a obra a editora alguma e arrojo a sua publicação. Há uma cláusula de exclusividade no meu contrato com a ASA que me permite publicar - sendo eu o editor - pelo que a relação não sai beliscada.
Vai-me custar uma "pipa de massa", mas o Santos Costa editor e o Santos Costa escritor/desenhador chegaram a um entendimento, ainda dentro daquela sabedoria popular - "quem quer bolir com a moça, bole com o pé e com a bolsa" - pois tiragens inferiores a 1.000 ou a 1.500 exemplares não espalham o livro pelo reino, por aquem e além-mar. Como só tenho um automóvel, o espaço que outros reservariam para um segundo, serve-me para arrumar as sobras.