terça-feira, 28 de maio de 2013

PROVÉRBIOS E GATOS


Tinha decidido, há algum tempo atrás, trazer aqui esta obra da Catherine Labey. Não o fiz logo porque, sendo eu membro do júri dos PPBD 2012, e sendo esta uma obra concorrente, podia existir, nalgumas mentes "pensadoras", a ideia que eu estava a influnciar (pobre de mim!) a votação do quarteirão de jurados.
Mas, como diz o provérbio - vale mais tarde que nunca - aqui fica o registo.
Quero esclarecer que não me lembro de existir sem a companhia de, pelo menos, um gato. Ainda hoje, há aqueles que pertencem à casa e outros que se aproveitam de algum conforto para me escolherem como companheiro. O gato, pela sua forma de ser, não tem "dono"; ao contrário de algumas pessoas, é muito independente e livre, apenas retribuindo quando é servido. Nisto, não deixa de ser fiel e faz uma companhia extraordinária, principalmente a escritores e desenhadores.

Retiradas as imagens de um ficheiro PDF, não aparecem as legendas.
Por isso: 1ª imagem : Saber esperar é uma virtude; 2ª imagem: Nem tudo o que vem à rede... é peixe!
 
O certo é que a Catherine - que também gosta de gatos - aproveitou esses seus amigos para divulgar, pelos mais novos (e pelos menos novos, pois então), algumas jóias do rifoneiro, cujas sentenças judiciosas se aplicaram como se aplicam no dia a dia em questões comuns a qualquer de nós.
Tenho o Rifoneiro Português, de Pedro Chaves e o Grande Livro dos Provérbios, de José Pedro Machado, que, por vezes, consulto para obter algumas dessas pérolas da sabedoria popular. Mas, de todo, concordo que, para os mais novos, esta é a forma de divulgar esse tesouro etnográfico com humor e criatividade, de que a Catherine é tão capaz e eficaz.
É de leitura e releitura, tal livro. Os companheiros de quatro patas "teatralizam" esses ditados que, todos nós, muitas vezes, nos servimos para demonstrar as nossas razões e alguns artifícios de razão.
É de leitura recomendada, principalmente para quem tem filhos e lhes quer transmitir esta arte da linguagem (as metáforas, os rifões, os axiomas), que é a sabedoria popular.

2 comentários:

  1. Meu caro amigo,
    muito obrigada pelo post (publicidade nunca se recusa!) e sobretudo pelos amáveis elógios assim como a judiciosa análise dos provérbios. Diverti-me imenso a elaborar este livro com o prazer de desenhar os bichanos meus queridos que são os animais mais graciosos e cujas expressões tentei o melhor possível traduzir e adaptar aos rifões (aprendi mais uma palavra!)
    Mais uma vez obrigada, um abraço sentido, Catherine

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  2. Caríssima Catherine

    Nós é que devemos agradecer a sua disponibilidade e génio criativo, porque é disso que se trata. Para além disso, trazer para a posteridade, desta forma, os provérbios populares (que é um legado impagável da oralidade e do saber dos antigos, felizmente registados), é contribuir para que o conhecimento se perpetue, principalmente porque é a forma de os mais jovens reterem, através das imagens, esses rifões. A imagem, como sabe, ajuda a fixar os textos. Eu próprio recordo que aprendi a ler com o apoio das gravuras desenhadas dos livros da escola primária - ainda hoje não os esqueci.
    Serei tentado a dizer que alguns dos seus leitores quando ouvirem ou empregarem algum dos provérbios do seu livro, irá relacioná-lo com a imagem onde o viu representado.
    Atrevo-me a dizer que a continuidade do seu trabalho é pertinente, dado o vasto campo de sabedoria popular a que pode recorrer; para além disso, os personagens que tão bem desenha, desde os Bosques da Noruega, os Rafeiros Europeus, Angorás, Persas ou até o Siamês e o Bengal, estão ao dispor da sua fértil imaginação.

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