É miserável, para não dizer pior, o estado do SNS em Portugal.
Sinto-o na pele, sentimo-lo todos os cidadãos não arregimentados a ideários falseados pela hipocrisia e dialética política.
Caiu no fundo.
Numa região em aceleramento desértico, como é o Interior,
colocar médicos contratados por empresas estrangeiras, que os esbulham à guisa
de escravatura, que mal sabem falar, ler e interpretar o Português, nas ULS
distritais e Centros de Saúde concelhios, é como largar e desprezar a saúde dos
Cidadãos que votaram nos representantes que os deviam proteger.
Segundo apurei, há empresas que contratam profissionais de
saúde para os Centros onde a maior parte da população – e ainda a mais
necessitada – não possui médico de família. E essas empresas, supostamente
orientadas por “lobbies”, aproveitando as lacunas abertas por falta de
profissionais e inépcia dos Ministérios, capitalizam por contratos (direi,
supostamente nebulosos), os profissionais que certamente estarão credenciados –
julgo eu -, embora com as limitações supra referidas, recebendo estes uma
quarta parte do valor pago pelo Erário Público, ficando as três quartas partes
para estes novos “capitães dos quintos do ouro” na época brasileira.
Escrevi atrás – “julgo eu” – porque vi uma pauta de
avaliação do exame de equivalência dos médicos estrangeiros, de 2015, onde eram
21 a concurso, 1 reprovou e 8 não compareceram (sendo que, sei eu, exerce).
Sobre este pormenor dos médicos atribuídos (de família) há
ainda a apontar o cúmulo de, com a sua falta, terem de recorrer aos Centros de
Saúde, às URGÊNCIAS, aqueles que não têm médico de família atribuído e, com
isso, competirem na fila da consulta, com meras requisições para pedidos de
atestados médicos (máxime para renovação da licença de condução) ou
simplesmente leitura ou requisição de análises clínicas.
Há três provérbios portugueses complementares: manda quem
pode, obedece quem deve; manda quem pode, obedece quem quer; manda quem pode,
obedece quem serve. É uma tripla para
escolha única. A questão deve colocar-se ao Povo, quando vota.
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