sexta-feira, 20 de outubro de 2017

THE AFRICAN QUEEN (4)


Duas páginas de uma das passagens iniciais do filme "A Rainha Africana" e uma vinheta do "quase" final da película, tudo em "riscos", como manda o figurino.

3 comentários:

  1. Caríssimo Amigo Santos Costa,
    O "layout" destas páginas, em traços "riscados" — lembrando o estilo que adoptou em tempos —, tem pelo menos uma vantagem: a de permitir, caso opte pelo preto e branco, significativas economias nos custos da edição. Pessoalmente, pelo que já vi da obra até agora, prefiro as páginas coloridas com delicadas nuances que dão mais realce aos rostos, aos objectos e às paisagens. Por outro lado, nem sempre um filme a cores resulta satisfatoriamente se for transformado numa versão a preto e branco (a inversa também é verdadeira). Não se trata de uma regra fixa, claro, mas quanto a este filme não é possível ignorar o efeito estético (e subjectivo) da panóplia de cores que John Huston utilizou com mestria. Por isso, prefiro a versão original. É certo que a BD é um meio de expressão diferente, que usa com frequência o preto e branco e que este, a par das suas capacidades expressivas, tem custos de impressão mais favoráveis para as editoras.
    Aqui está, portanto, uma equação que merece ser bem ponderada.
    De qualquer forma, congratulo-me por verificar que continua interessado neste projecto.
    Um grande abraço,
    Jorge Magalhães

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  2. Caríssimo Amigo Jorge Magalhães

    É bom ouvir a opinião avalizada de quem sabe do ofício nas suas múltiplas vertentes, com provas dadas como autor, editor e divulgador, o que é o seu caso.
    Concordo efectivamente que a cor, em projectos desta natureza, onde se aplica para uma linguagem estática a produção de uma linguagem em movimento, traz ao trabalho e ao resultado final uma visão diferente. É como se houvesse a transformação dos fotogramas em desenhos fiéis, se bem que estes sujeitos às condicionantes do autor do desenho. A cor é a cor e, neste caso, é preferível ao p/b, que camufla (ainda por cima sem recurso a cinzentos) às cambiantes das tomadas de vistas do tecnicolor.
    O preto e branco, demasiado acentuado num traço aparentemente instantâneo, corta ou suprime o que de grandioso possui a película de John Huston, ainda que, na preparação deste filme, o produtor Sam Spiegel tenha sugerido inicialmente que o mesmo fosse a preto e branco.
    Por incrível que pareça, depois do desenho feito (mesmo em esboço) é fácil terminá-lo com a cor sem mulher sequer um pincel, recorrendo a ferramentas digitais. No meu caso, colorir uma vinheta ou um conjunto delas torna-se mais facilitado, uma vez que a cor, previamente escolhida, corre com o mesmo tom em todas as vinhetas.
    A questão reside no valor cobrado pelas gráficas, justamente aquele que diz respeito aos custos com o papel e a passagem de uma só cor ou de quatro cores, no caso do offeset. No caso da impressão digital, muito utilizada hoje para pequenas tiragens, a cor predomina na elevação dos custos.
    Mesmo que eu queira fazer uma tiragem de 300 exemplares, para distribuição entre amigos ou para venda circunscrita, com (suponho) umas 100 páginas em papel apropriado de baixa gramagem, naturalmente em impressão digital, com capa mole e colado, a cor orçamenta em cerca de 2.500 euros, enquanto o preto fica em 800; ou seja, seja de três vezes mais de uma para outro.
    Sim, continuo interessado neste projecto, principalmente por ter recebido feed-back nesse sentido por parte de verdadeiros amigos, como o Jorge. A questão reside na forma como o farei “viver”, se bem que esteja preparado para as duas versões.

    Obrigado por mais esta sua oportuna opinião e pelo incentivo.

    Um grande abraço
    Santos Costa

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  3. Amigo Jorge

    Mantenho o péssimo hábito de não corrigir os textos que ponho nestas caixas minúsculas. Daí saírem algumas anedotas de pormenor, como é o caso
    "é fácil terminá-lo com a cor sem mulher sequer um pincel"
    Em vez de "mudar" escrevi "mulher". Parece que não, são mais de seis dezenas de anos a dar ao dedo na escrita desde os bancos da escola.

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