Duas páginas de uma das passagens iniciais do filme "A Rainha Africana" e uma vinheta do "quase" final da película, tudo em "riscos", como manda o figurino.
Caríssimo Amigo Santos Costa, O "layout" destas páginas, em traços "riscados" — lembrando o estilo que adoptou em tempos —, tem pelo menos uma vantagem: a de permitir, caso opte pelo preto e branco, significativas economias nos custos da edição. Pessoalmente, pelo que já vi da obra até agora, prefiro as páginas coloridas com delicadas nuances que dão mais realce aos rostos, aos objectos e às paisagens. Por outro lado, nem sempre um filme a cores resulta satisfatoriamente se for transformado numa versão a preto e branco (a inversa também é verdadeira). Não se trata de uma regra fixa, claro, mas quanto a este filme não é possível ignorar o efeito estético (e subjectivo) da panóplia de cores que John Huston utilizou com mestria. Por isso, prefiro a versão original. É certo que a BD é um meio de expressão diferente, que usa com frequência o preto e branco e que este, a par das suas capacidades expressivas, tem custos de impressão mais favoráveis para as editoras. Aqui está, portanto, uma equação que merece ser bem ponderada. De qualquer forma, congratulo-me por verificar que continua interessado neste projecto. Um grande abraço, Jorge Magalhães
É bom ouvir a opinião avalizada de quem sabe do ofício nas suas múltiplas vertentes, com provas dadas como autor, editor e divulgador, o que é o seu caso. Concordo efectivamente que a cor, em projectos desta natureza, onde se aplica para uma linguagem estática a produção de uma linguagem em movimento, traz ao trabalho e ao resultado final uma visão diferente. É como se houvesse a transformação dos fotogramas em desenhos fiéis, se bem que estes sujeitos às condicionantes do autor do desenho. A cor é a cor e, neste caso, é preferível ao p/b, que camufla (ainda por cima sem recurso a cinzentos) às cambiantes das tomadas de vistas do tecnicolor. O preto e branco, demasiado acentuado num traço aparentemente instantâneo, corta ou suprime o que de grandioso possui a película de John Huston, ainda que, na preparação deste filme, o produtor Sam Spiegel tenha sugerido inicialmente que o mesmo fosse a preto e branco. Por incrível que pareça, depois do desenho feito (mesmo em esboço) é fácil terminá-lo com a cor sem mulher sequer um pincel, recorrendo a ferramentas digitais. No meu caso, colorir uma vinheta ou um conjunto delas torna-se mais facilitado, uma vez que a cor, previamente escolhida, corre com o mesmo tom em todas as vinhetas. A questão reside no valor cobrado pelas gráficas, justamente aquele que diz respeito aos custos com o papel e a passagem de uma só cor ou de quatro cores, no caso do offeset. No caso da impressão digital, muito utilizada hoje para pequenas tiragens, a cor predomina na elevação dos custos. Mesmo que eu queira fazer uma tiragem de 300 exemplares, para distribuição entre amigos ou para venda circunscrita, com (suponho) umas 100 páginas em papel apropriado de baixa gramagem, naturalmente em impressão digital, com capa mole e colado, a cor orçamenta em cerca de 2.500 euros, enquanto o preto fica em 800; ou seja, seja de três vezes mais de uma para outro. Sim, continuo interessado neste projecto, principalmente por ter recebido feed-back nesse sentido por parte de verdadeiros amigos, como o Jorge. A questão reside na forma como o farei “viver”, se bem que esteja preparado para as duas versões.
Obrigado por mais esta sua oportuna opinião e pelo incentivo.
Mantenho o péssimo hábito de não corrigir os textos que ponho nestas caixas minúsculas. Daí saírem algumas anedotas de pormenor, como é o caso "é fácil terminá-lo com a cor sem mulher sequer um pincel" Em vez de "mudar" escrevi "mulher". Parece que não, são mais de seis dezenas de anos a dar ao dedo na escrita desde os bancos da escola.
À Venda a 6ª edição, ainda pelo preço da primeira, que é de 9 Euros. É a terceira capa,com conteúdo sem alterações. O Padre Costa, a quem a fama atribui 299 filhos de 53 mulheres.
Cultura e incultura, críticas e demais tropelias
Natural de Trancoso, se vivo fosse, o sapateiro Gonçalo Anes Bandarra teria criado este blogue e, através dele, divulgaria as suas profecias e demais tropelias. Como vivo não é, achei que o papel que lhe caberia a ele deve ser feito por alguém, ou seja, por mim. Sobre o futuro, não queiram aproveitar um ponta do véu levantado; sobre a chave do euromilhões e outras chaves que abrem as portas da fortuna, nada de nada;acerca do quotidiano, sabeis mais do que eu, pelo que escuso divulgar; no tocante à cultura e à crítica, ficarei sujeito a ela e pouco a dominarei. Então, para quê, este BANDARRA? Boa pergunta ! A resposta, meus Caríssimos, tê-la-eis se consultardes este oráculo, tabernáculo e espaço de cultura, incultura, crítica, caricatura bem e mal-dizer. De tudo, por tudo, espero que o vero Bandarra me perdoe: que ele descanse em paz e que esta não me falte. Vós, Leitores, sabereis se valerá a pena entrardes uma segunda vez por esta porta. De qualquer forma, sede felizes.
Para além da BD (13)
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Filatelia
As coleções de selos também fizeram parte de algumas das revistas de banda
dsenhada.
Cavaleiro Andante Especial 3
Foguetão 6
Ele há mulheres
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Ele há mulheres
que mantêm fria a cabeça
na mais opressiva situação.
Logo lhes sai a resposta seca,
ou a adequada reação.
Infalíveis computadores,
ne...
BREVES (119)
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*100 ANOS DO ABC-ZINHO NA BIBLIOTECA NACIONAL*
Continua patente a exposição que comemora o "Centenário da revista
*ABC-zinho*" e, simultaneamente, os "100 a...
A TAP SEM TAP
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Eu não devia falar da TAP, até porque não se fala de outra coisa. Mas a
tentação é grande, quando se arranjam pretextos para o assunto vir à tona.
Tam...
Un Saluto Veloce
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Solo per dire che mi mancate tutti.
Non so ancora se e quando potrò postare qualcosa, il nuovo lavoro mi
impegna più di quanto pensassi però spero di po...
FALSO TESTEMUNHO - HARRY CARMICHAEL
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“Falso Testemunho” é o título da tradução portuguesa de Eduardo Saló para
um livro assinado com o pseudónimo de Harry Carmichael, publicado no nº 360
...
REFLEXÕES SOBRE CRIAÇÕES
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Ao arrumar os papéis de Jorge Magalhães, encontrei num pedaço de guardanapo
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Informo que faleceu ontem Geraldes Lino, bedéfilo entusiasta e divulgador
da 9a arte.
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VAI PASSANDO A PROCISSÃO...
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Estas três imagens têm uns anos já passados. Foram captadas à porta de meu
sogro, no Altinho.
A primeira, já publicada na monografia de Valdujo, um grupo ...
Caríssimo Amigo Santos Costa,
ResponderEliminarO "layout" destas páginas, em traços "riscados" — lembrando o estilo que adoptou em tempos —, tem pelo menos uma vantagem: a de permitir, caso opte pelo preto e branco, significativas economias nos custos da edição. Pessoalmente, pelo que já vi da obra até agora, prefiro as páginas coloridas com delicadas nuances que dão mais realce aos rostos, aos objectos e às paisagens. Por outro lado, nem sempre um filme a cores resulta satisfatoriamente se for transformado numa versão a preto e branco (a inversa também é verdadeira). Não se trata de uma regra fixa, claro, mas quanto a este filme não é possível ignorar o efeito estético (e subjectivo) da panóplia de cores que John Huston utilizou com mestria. Por isso, prefiro a versão original. É certo que a BD é um meio de expressão diferente, que usa com frequência o preto e branco e que este, a par das suas capacidades expressivas, tem custos de impressão mais favoráveis para as editoras.
Aqui está, portanto, uma equação que merece ser bem ponderada.
De qualquer forma, congratulo-me por verificar que continua interessado neste projecto.
Um grande abraço,
Jorge Magalhães
Caríssimo Amigo Jorge Magalhães
ResponderEliminarÉ bom ouvir a opinião avalizada de quem sabe do ofício nas suas múltiplas vertentes, com provas dadas como autor, editor e divulgador, o que é o seu caso.
Concordo efectivamente que a cor, em projectos desta natureza, onde se aplica para uma linguagem estática a produção de uma linguagem em movimento, traz ao trabalho e ao resultado final uma visão diferente. É como se houvesse a transformação dos fotogramas em desenhos fiéis, se bem que estes sujeitos às condicionantes do autor do desenho. A cor é a cor e, neste caso, é preferível ao p/b, que camufla (ainda por cima sem recurso a cinzentos) às cambiantes das tomadas de vistas do tecnicolor.
O preto e branco, demasiado acentuado num traço aparentemente instantâneo, corta ou suprime o que de grandioso possui a película de John Huston, ainda que, na preparação deste filme, o produtor Sam Spiegel tenha sugerido inicialmente que o mesmo fosse a preto e branco.
Por incrível que pareça, depois do desenho feito (mesmo em esboço) é fácil terminá-lo com a cor sem mulher sequer um pincel, recorrendo a ferramentas digitais. No meu caso, colorir uma vinheta ou um conjunto delas torna-se mais facilitado, uma vez que a cor, previamente escolhida, corre com o mesmo tom em todas as vinhetas.
A questão reside no valor cobrado pelas gráficas, justamente aquele que diz respeito aos custos com o papel e a passagem de uma só cor ou de quatro cores, no caso do offeset. No caso da impressão digital, muito utilizada hoje para pequenas tiragens, a cor predomina na elevação dos custos.
Mesmo que eu queira fazer uma tiragem de 300 exemplares, para distribuição entre amigos ou para venda circunscrita, com (suponho) umas 100 páginas em papel apropriado de baixa gramagem, naturalmente em impressão digital, com capa mole e colado, a cor orçamenta em cerca de 2.500 euros, enquanto o preto fica em 800; ou seja, seja de três vezes mais de uma para outro.
Sim, continuo interessado neste projecto, principalmente por ter recebido feed-back nesse sentido por parte de verdadeiros amigos, como o Jorge. A questão reside na forma como o farei “viver”, se bem que esteja preparado para as duas versões.
Obrigado por mais esta sua oportuna opinião e pelo incentivo.
Um grande abraço
Santos Costa
Amigo Jorge
ResponderEliminarMantenho o péssimo hábito de não corrigir os textos que ponho nestas caixas minúsculas. Daí saírem algumas anedotas de pormenor, como é o caso
"é fácil terminá-lo com a cor sem mulher sequer um pincel"
Em vez de "mudar" escrevi "mulher". Parece que não, são mais de seis dezenas de anos a dar ao dedo na escrita desde os bancos da escola.