sexta-feira, 5 de junho de 2015

O COMBOIO DOS ÓRFÃOS


Este é um dos títulos que faz parte da minha próxima lista de compras de BD. Considerados o desenho e a cor de grande categoria estética e documental, mormente na conseguida ambiência da época, o enredo interessa-me (interessa-nos), como europeu, porque circula à volta de um período conturbado da História europeia e as relações de acolhimento do lado de lá do Atlântico. Por incrível que pareça, estes acontecimentos não são apenas do passado, porque ainda se repercutem actualmente em qualquer parte do mundo.
A editora escolheu bem este trabalho de Philippe Charlot e Xavier Fourquemin, num álbum duplo que constitui o primeiro ciclo da obra.
Trago aqui ao meu blog esta obra porque acredito que a Arcádia/Babel está a apostar na BD de qualidade e porque recebi no meu e-mail esta novidade. Cortesia com cortesia se paga.

Características:
96 páginas
Cor
476x320x12 mm
PVP 20,80 euros

Sinopse da Editora:

O Comboio dos Órfãos é uma história sobre mobilidade e desenraizamento, que nos mostra um momento menos conhecido mas muito significativo da História dos Estados Unidos da América.
Na costa leste dos Estados Unidos, a onda de emigração maciça leva ao abandono de muitas crianças vindas da velha Europa. Miseráveis entre os mais miseráveis, as crianças abandonadas e maltratadas sobrevivem à custa de pequenos furtos e mendicidade nas ruas de Nova Iorque. Só nesta cidade, eram cerca de 20 mil em 1854, ano em que foi posto em prática o primeiro programa de adoção, conhecido pelo nome de “Orphan Train Riders”. Inicialmente artesanal, este sistema adquiriu rapidamente uma dimensão e uma eficácia quase industrial. Quando a iniciativa terminou, em 1929, cerca de 250.000 crianças haviam sido enviadas para o Oeste.


O reverendo Charles Loring Brace foi o primeiro a acreditar que retirando estas crianças do seu ambiente nocivo, poderia transformá-las em cidadãos irrepreensíveis. No estados do Middle West, havia falta de mão-de-obra e muitos casais que não conseguiam ter filhos… Pelo que seria possível enviá-las, por comboio, de uma costa à outra dos EUA. As primeiras viagens foram um êxito.
Recorrendo a agentes locais, Loring Brace instituiu o princípio dos cartazes que anunciavam a chegada das crianças para adoção. As “distribuições” realizavam-se no teatro, na ópera, na igreja, ou até no cais da estação. Os nomes, ou números, pregados nos casacos dos mais novos permitiam que os agentes os identificassem facilmente. Era frequente que estas sessões se assemelhassem a uma feira de gado. Compostas, na sua grande maioria, por agricultores, as famílias de acolhimento exigiam o direito de verificar o estado de saúde (principalmente dos dentes) dos meninos e meninas que lhes eram apresentados. Era raro que fossem imediatamente adotados. A única obrigação das famílias de acolhimento consistia em tratá-los como se fossem seus filhos, até atingirem os17 anos. Obviamente, muitos eram considerados apenas como mão-de-obra barata, mas, para o reverendo, era uma situação melhor do que aquela em que viviam nas ruas de Nova Iorque.

Este livro relata uma longa viagem pautada pela amizade, pela entreajuda… mas também pela traição.      

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