quarta-feira, 13 de junho de 2018

EU FAÇO AS PERGUNTAS


Seguiu hoje por correio electrónico para a gráfica. O prefácio fala sobre o tema. Já a seguir...


Este livro não é para o seu autor mostrar ao Leitor que sabe tudo nem para o Leitor demonstrar aos amigos que tudo sabe, embora ambos saibamos alguma coisa. Foi concebido para que os amigos façam perguntas e testem conhecimento dos seus amigos, caso assim o entendam, no siso de proporem gastar um serão diferente sem tanta conversa que enfastie, porque a madrugada não demora.
Não há perguntas de cacaracacá: se algumas são acessíveis para o comum dos mortais, principalmente para os que gostam de ler, nadar e fazer yoga, outras são retorcidas como a cauda dos cochinos.
Será um teste a uma cultura dita geral (porque o geral da cultura é inalcançável), sem ter de recorrer ao Trivial Pursuit ou à profusão de Quizz, ainda outros testes que possam elevar o ânimo dos sabichões e de todos aqueles que gostam de demonstrar que estoiram de sabedoria.
O título é elucidativo: “Eu Faço as Perguntas” porque é isso mesmo que dirá o Leitor que o tem nas mãos, abre o concurso e começará por essa expressão afirmativa, sinal de que tem a tarefa mais fácil e mais cómoda – nunca erra. Mas tudo o que o Leitor fará, o autor fez e outros farão por ele, é testar amigavelmente alguns conhecimentos, curiosidades e interrogações que, estando certas como suponho que estão, contribuem para o espólio do conhecimento de cada um e de todos.
Por falar em conhecimento, o autor começou pelo fim para chegar ao princípio, à guisa do caranguejo que supõem erradamente andar às arrecuas; ou seja, da resposta espiolhada em obras várias, mormente enciclopédias disto e daquilo, partiu para as perguntas. Para as alternativas, naturalmente erradas nas restantes 3 alíneas (uma apenas é naturalmente a certa), usou da coerência e da imaginação para poder “baralhar” o interrogado.
Se é verdade que no pouco se vê o muito, 328 questões sobre os temas propostos na abertura, com 12 ilustrações da sua mão (com 28 perguntas), algumas mais mirabolantes que outras, como é dos cânones, julga o autor suficientes para monopolizar o interesse em vários serões.
As perguntas são precedidas pelas quatro primeiras letras de cada tema e as respostas possíveis estão alinhadas pelas quatro primeiras letras do alfabeto, sendo falsas três desses correspondentes caracteres.
Nas páginas ímpares estão as perguntas, alinhadas pela mesma ordem sequencial, nas pares sequentes estão as respostas. A razão por que talvez esta forma de soluções apresentadas nas ditas páginas pares preleve em relação a outras obras congéneres é aquela que confere à resposta certa não indicar apenas “a seco” a alínea correspondente à exactidão da pergunta, mas fundamentar a mesma, adicionando a justificação mais ou menos longa sobre a questão. Isto permitirá ao Leitor – e perdoe o alvitre – mais um motivo para brilhar no esclarecimento do perguntado, sem embaraçar o interlocutor se possível e sem ficar embaraçado pela busca atrapalhada da solução no final do livro, porquanto se faz as perguntas terá todo a legitimidade para corrigir as respostas dos seus patrícios no mais curto espaço de tempo.
Mas, aparte o recheio em pouco mais de três centenas de questões divididas equitativamente por doze temas, este livro deve trazer um breve e relevante cabedal de esclarecimentos sobre cada uma das incógnitas, esclarecendo por que é uma vera e as outras três inexactas.
No final, abrem-se algumas páginas para que o Leitor, se for, como presumo, detentor do livro, escrever as suas próprias questões e as soluções para elas, de acordo com o mesmo figurino.
Esta obra não se encontra escrita segundo o dito Novo Acordo Ortográfico, a contragosto de quem pretendeu alterar a grafia, ainda que possa eventualmente baralhar quem é obrigado a escrever deste novo modo, em desdenho da ortografia do português genuíno. Ainda não encontrou o autor a pertinência para a sua imposição por decreto, tal como está. Não queiram que sejamos meros “espetadores” quando não queremos ser meros espectadores.
Este livro terá os seus defeitos, mas certamente não será de todo destituído de virtudes. Façam-me essa justiça.

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